Comerciantes das praias do Recife temem prejuízo com aparecimento de fragmentos de óleo
Em 2019, o surgimento de óleo afastou banhistas
Após o reaparecimento de óleo em praias do litoral pernambucano, comerciantes se mostram apreensivos. A preocupação é porque eles temem que se repitam os prejuízos ocorridos em 2019, quando o surgimento de óleo afastou banhistas e afetou o comércio nas praias.
Em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o comerciante Alexandro Santos Ferreira, de 29 anos, contou que viu algumas bolotas de óleo na altura do Segundo Jardim durante o fim de semana.
"A gente pensou que era até fezes de um animal, cavalo, alguma coisa parecida. Mas, quando a gente chegou mais próximo, a gente verificou e identificou que realmente era uma mancha de óleo e está prejudicando muito a gente. Chegou a sujar alguns materiais da gente, cadeira, mesa, guarda-sol", disse.
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Atuando na praia há cerca de 15 anos, ele teme que o reaparecimento de óleo volte a afastar os clientes. "Prejudica de verdade. O cliente vai ficar até meio constrangido. Não vai querer vir à praia, não vai querer sentar numa cadeira, não vai querer caminhar, não vai querer botar uma canga no sábado e vir para cá", analisou.
O comerciante Edvaldo Antonio da Silva, de 31 anos, também viu pequenas bolotas de óleo em alguns pontos da região. "Infelizmente, está trazendo um trauma porque está se espalhando em todo todas as praias, né? Aí, chegando aqui, fica mais complicado para a gente trabalhar. Espero que não chegue muito aqu,i ao lado de Boa Viagem", comentou.
Há 35 anos atuando com o comércio de alimentos e bebidas na Praia de Boa Viagem, Géssica Silva, de 54 anos, também torce para que a questão seja solucionada brevemente. "Espero que não aconteça como da outra vez. Por enquanto, aqui está tranquilo. Só as pessoas que perguntam: 'Aqui apareceu óleo?'", disse.
Na praia de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, comerciantes também relatam apreensão caso o aparecimento de óleo ganhe maiores proporções.
“A gente viu um pedacinho de óleo lá na outra ponta da praia. A gente tem medo, né? Porque aqui é o ponto da gente, de ganhar o pão de cada dia. E se vier para cá, pode prejudicar o banho. E o povo tem medo. Pedir a Deus que não chegue aqui”, comentou Severina Alcantara dos Santos, de 60 anos, que há 40 trabalha no local.
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas), em conjunto com outros órgãos ambientais, está monitorando as praias do litoral pernambucano. A recomendação é de que as pessoas evitem tocar ou estar próximas às bolotas de óleo que aparecerem. Já banho de mar segue liberado. Já Marinha dirá em até 30 dias se óleo nas praias de Pernambuco é o mesmo de 2019.