REC'n'Play: João Campos discute o brega com Michele Melo e outras figuras do movimento
No final do debate, o prefeito, de óculos Juliette cedido pela plateia, arriscou uns passinhos de brega-funk ao som de Michele Melo
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A mesa-redonda “Recife, capital nacional do brega”, evento que integra a programação do Festival REC’n’Play 2024, com a participação do prefeito da Capital pernambucana, João Campos (PSB), lotou o auditório do Cais do Sertão, na tarde desta quarta-feira (6).
Além do prefeito, o debate contou com as presenças da cantora Michele Melo, dos idealizadores do Brega Bregoso, Alexandre Vinicius e Eliabe Carlos, com mediação do professor e pesquisador Thiago Soares.
Ao defender o movimento brega do Recife, João Campos afirmou que fazer uma lei para garantir que o gênero musical seja patrimônio da cidade.
“Não é que partir dessa lei você vá ter uma mudança de financiamento e de recursos, nada disso. Mas você faz um símbolo para a cidade poder reconhecer, de forma clara, que está na lei municipal que é um movimento que deve ser reconhecido, respeitado e valorizado”, explicou o prefeito.
Quanto à relação dele com a cultura brega, o prefeito disse que sempre gostou do estilo e que sempre foi um grande admirador do cantor Reginaldo Rossi. Disse, ainda, que na época que foi candidato a prefeito pela primeira vez, aos 26 anos, o momento coincidiu com o surgimento do brega-funk, “uma cultura de origem periférica muito forte, com muita representatividade”, o que o aproximou das pessoas que faziam parte do movimento.
Para o prefeito, o brega-funk, muitas vezes, desperta um olhar de desconfiança e preconceito de estrutura de poder ou de uma parte da sociedade.
“O preconceito, o nome já diz, é um conceito prévio, é você formar uma opinião sobre algo que nem conhece. Eu tive a oportunidade de me aproximar, conhecer os meninos (do brega e do brega-funk), disse que queria ter a chance de ser prefeito do Recife e, se eu fosse prefeito, eles iriam ter muito respeito institucional”, disse o prefeito.
Para Campos, quem está liderando uma cidade ou uma instituição, tem que ter a capacidade de agregar. “Se o brega-funk nasce aqui, se o brega é uma construção aqui do Recife, tem origem na grande periferia recifense principalmente, brilha no Brasil e fora, porque não pode estar na apoteose do Recife?”, indagou.
Ao recordar a iniciativa de levar o gênero brega-funk para o Marco Zero no Carnaval, o prefeito afirmou que a medida foi uma forma de colocar o Recife para conhecer o próprio Recife.
“É você utilizar de um instrumento de poder, de força para fazer justiça social, para quebrar o preconceito. Não adianta falar que não tem preconceito se não pratica isso. Então, se Deus me deu essa chance, e o povo foi tão generoso, botou um jovem de 26 para governar uma cidade, porque a gente não pode se juntar e ter coragem para fazer diferente”, perguntou.
Para o prefeito, “se a política gostasse mais de brega e dançasse mais um breguinha”, o País seria melhor. “A gente ia ter muito mais harmonia, muito mais paz. [...] A gente precisa de uma política que seja também muito mais a cara das pessoas”, explicou o prefeito.
No final do evento, o prefeito, a pedido da plateia, de óculos Juliette, arriscou uns passinhos de brega-funk ao som de Michele Melo, que cantou a capela para o gestor dançar.