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Dia das mulheres

Reeducandas encontram no mercado de trabalho oportunidade para recomeçar a vida

Segundo Thelma Fernanda, reeducanda do semiaberto harmonizado, "mulher pode ser o que ela quiser. Só é lutar para ter aquilo”

Camila Maria, reeducanda do quadro de empregados da GranplastCamila Maria, reeducanda do quadro de empregados da Granplast - Foto: Ray Evllyn/SJDH

O Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, surgiu em 1911 a partir de um movimento de mulheres trabalhadoras. Cerca de 110 anos depois, vale apontar o exemplo de força de vontade e de mudança das mulheres, principalmente das reeducandas que encontraram no trabalho um propósito. 
 
Com mais de 30 reeducandas no seu quadro de empregados, a Granplast, fábrica de produtos voltados para área de construção civil localizada em Abreu e Lima, é parceira do Governo de Pernambuco há mais de 10 anos. Do grupo, 27 são do regime aberto, acompanhadas pelo Patronato Penitenciário, e três da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). Ambos vinculados à SJDH, que mantém convênios com empresas privadas e públicas na busca da ressocialização por meio do trabalho.
 
Na montagem dos produtos, Paloma Carneiro, de 40 anos, que está há um ano sendo acompanhada pelo Patronato, comemora a ocupação. “Aqui é um excelente trabalho, nos deu uma oportunidade muito grande pra gente que é reeducanda”, enfatiza Paloma. 
 
Todas as reeducandas cumprem as atividades de segunda a sexta, das 7h às 17h, são remuneradas com um salário mínimo, vale transporte e alimentação. Os contratos são regidos pela Lei de Execuções Penais, o que proporciona ao empregador uma economia em torno de 40% no pagamento dos encargos trabalhistas e sociais. 
 
“Esse trabalho das reeducandas é um trabalho de suma importância porque vem devolver a essas meninas a dignidade delas perante a sociedade”, comenta Carlos Alberto da Silva, supervisor de produção da Granplast. 


Das 811 reeducandas atendidas pelo Patronato Penitenciário, 375 exercem funções remuneradas. Para o superintendente do órgão, Josafá Reis, a inclusão produtiva das reeducandas nas empresas é um modelo de gestão sensível. “Quando se trata das mulheres que cumprem pena e trabalham, falamos com brilho nos olhos e alegria no coração pelos resultados obtidos,  a reincidência é baixíssima e a rotatividade também”, complementa. 
 
Camila Maria há 9 anos cumpria sua pena trabalhando na fábrica. Logo que finalizou a condenação, foi contratada, e hoje, aos 42 anos, tem sua carteira assinada. “O sustento da minha casa vem do emprego. Meus filhos ficaram felizes com a minha contratação, estamos todos contentes”, diz Camila.  

Para marcar este dia, a reeducanda do semiaberto harmonizado Thelma Fernanda, 51, deixa mensagem para todas as mulheres: “Que todas as mulheres se amem, se gostem, se cuidem, se abracem. Mulher pode ser o que ela quiser, dependendo do que ela queira ser, ela pode ser. Só é lutar para ter aquilo”. 

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