Reeducandos utilizam a arte como instrumento de ressocialização e de expressão de seus sentimentos
Com o artesanato, os reenducandos conseguem obter lucro com as vendas de seus produtos
Um reeducando da Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste, produz brinquedos semelhantes aos encontrados em vitrines de grandes lojas, só que o material utilizado por ele na fabricação é totalmente reciclável. O homem de 26 anos, que prefere não ser identificado, está há um ano e 11 meses na PJPS, onde aprendeu a produzir miniaturas de caminhões e carretas, inclusive com controle remoto.
Enquanto cumpre pena no regime fechado longe da esposa e da filha de 12 anos, o homem utiliza a arte como forma de distração com a produção dos brinquedos que demoram cerca de dois meses para serem concluídos cada um.
“Tenho experiência em várias profissões como motorista de caminhão-caçamba, operador de máquinas pesadas, marcenaria, carpintaria, pintura, mas aprendi a fazer esse trabalho aqui no presídio. Eu nunca tinha trabalhado com artesanato”, contou o reeducando, que tem direito à remição de pena na proporção de um dia a menos a cada três trabalhados.
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Os materiais utilizados para a confecção dos brinquedos são garrafa pet, madeira, fio, borracha, tapete emborrachado, cano e antena de TV. Todo lucro obtido com a venda dos objetos são para o artista.
“Nós apoiamos essas ações, pois sabemos que reflete de forma positiva na rotina da unidade prisional, na mente do detento e na relação dele com a família, além de ser uma forma de incentivar a ressocialização pelo trabalho”, afirmou o gerente da PJPS, Paulo Paes.
Já no presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, a arte fica por conta do reeducando Moisés do Nascimento Monteiro, de 39 anos, que está há dois anos recolhido sob regime fechado.
Ele é pintor e desenhista, e usa sua habilidade para desenvolver pinturas nas paredes do próprio presídio, quadros e desenhos. “No presídio, vi a oportunidade de aprimorar o meu trabalho. Quando eu sair, pretendo abrir um ateliê”, planeja Monteiro.
Todo lucro obtido pelo trabalho do Moisés é destinado a ele. Além disso, o reeducando também possui a remição de pena, que a cada três dias trabalhando, ele ganha um dia a menos na prisão.