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Fome

Região etíope de Tigré alerta sobre fome iminente

Situação nos territórios do norte da Etiópia não pode ser verificada de forma independente

As autoridades do Tigré anunciaram nesta sexta-feira (29) para uma crise de fome iminente nesta região do norte da EtiópiaAs autoridades do Tigré anunciaram nesta sexta-feira (29) para uma crise de fome iminente nesta região do norte da Etiópia - Foto: Reprodução/Internet

As autoridades do Tigré anunciaram nesta sexta-feira (29) para uma crise de fome iminente nesta região do norte da Etiópia, relacionada com a seca e os efeitos persistentes de uma guerra de dois anos que a devastau.

Getachew Reda, presidente da autoridade regional interna em Tigré, disse que mais de 91% da população estava "exposta ao risco de fome e morte" e pediu ajuda ao governo etíope e à comunidade internacional.

Em uma declaração publicada no X (antigo Twitter), Getachew lembrou a fome que assolou a Etiópia nos anos 1980, que custou a vida de aproximadamente um milhão de pessoas.

“Desde a assinatura do acordo de Pretória, milhares de tigrenses pereceram por falta de comida”, disse Getachew, ao se referir ao acordo de paz de novembro de 2022, que colocou fim à guerra entre os rebeldes de Tigré e as forças governamentais de diferentes épocas.

A situação nos territórios do norte da Etiópia não pode ser verificada de forma independente, já que o governo federal restringe o acesso aos meios de comunicação a Tigré.

Getachew disse que a administração interna de Tigré havia declarado uma emergência de desastre em áreas sob seu controle, mas que tinha recursos limitados para gerenciar uma crise.

“O governo etíope e a comunidade internacional fizeram sua parte para silenciar as armas. Agora deveriam fazer sua parte para abordar a catástrofe humanitária que se avizinha”, afirmou.

Getachew destacou as consequências devastadoras do conflito, incluídas a crise econômica, os deslocamentos em massa e a destruição de instalações de saúde, combinadas com a escassez de chuvas sazonais seguidas de chuvas destrutivas, assim como as invasões de nuvens de gafanhotos.

Disse que a suspensão temporária da ajuda no início deste ano por parte dos Estados Unidos e do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU também desempenhou um papel na crise.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e a PMA suspenderam toda a ajuda alimentar à Etiópia em junho, alegando a existência de uma campanha "generalizada e coordenada" para desviar as doações, mas as entregas estão sendo retomadas lentamente.

“Apesar de a ajuda ter sido restabelecida de forma limitada desde então, a quantidade que chega aos necessários é uma fração do que é preciso para satisfazer as necessidades atuais”, disse Getachew.

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