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Regiões estratégicas da China e EUA são as mais expostas às mudanças climáticas

Cerca de 80% dos territórios mais expostos estão localizados nestes países.

Província de Jiangsu, no leste da ChinaProvíncia de Jiangsu, no leste da China - Foto: AFP

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Regiões econômicas estratégicas da China e dos Estados Unidos são as mais expostas às consequências das mudanças climáticas, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (20) sobre os riscos do aquecimento global em áreas urbanas.

A Índia também está no topo dos países mais vulneráveis, enquanto Brasil e Argentina aparecem entre as 50 primeiras posições, sinaliza a XDI, uma empresa australiana especializada em avaliar riscos climáticos para investidores e analistas financeiros.

"Recebemos um sinal muito forte para países como China, Estados Unidos e Índia. Esses são, basicamente, os motores da economia mundial, onde se concentram muitas infraestruturas", explica Karl Mallon, diretor de ciência e inovação da companhia.

Cerca de 80% dos territórios mais expostos estão localizados nestes países. Dos 10 primeiros, nove são chineses, como as províncias de Jiangsu (1), Shandong (2) e Hebei (3), no leste da segunda maior economia do mundo.

Alguns estados americanos de grande importância econômica também estão entre os primeiros da lista, como Flórida (10), Califórnia (19) e Texas (20), diz o relatório, que estudou 2.600 regiões.

Na América do Sul, as áreas de maior risco climático estão no Brasil, em São Paulo (33), Santa Catarina (45) e Minas Gerais (47), e na Argentina, na capital Buenos Aires (40).

Em todos esses casos, o principal risco é devido às inundações fluviais e pluviais, e, no caso de Buenos Aires, também há a exposição ao aumento do nível do mar.

Na Europa, o território mais vulnerável aos impactos é o estado alemão da Baixa Saxônia (56).

- "Fuga das capitais" -
O método utilizado pela XDI leva em conta oito fatores de risco: o aumento do nível dos rios, as inundações pluviais e costeiras, o calor extremo, os incêndios florestais, as secas, o vento extremo, as geadas e os degelos.

A modelo tem como base um dos cenários pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), do aumento da temperatura global em mais de 3°C antes do final do século, em relação à era pré-industrial.

Este cenário também é utilizado pelos bancos para fazer avaliações de risco.

"Publicamos essa análise a pedido dos investidores que solicitavam dados sobre os riscos em escala regional", explica Rohan Hamden, CEO da XDI.

“Como a infraestrutura construída geralmente se sobrepõe aos altos níveis de atividade econômica e valores de capital, é imperativo entender e avaliar melhor o risco físico da mudança climática”, disse ele.

Os autores do relatório pedem aos países que reduzam suas emissões de CO2 para limitar o aquecimento global e evitar futuras catástrofes. No entanto, alertam que as mudanças climáticas terão, de qualquer forma, consequências financeiras no preço de alguns títulos e no comportamento dos atores econômicos.

"As pessoas que querem abrir uma fábrica ou cadeia de suprimentos nesses estados e províncias vão pensar duas vezes", prevê Mallon.

"Na melhor das hipóteses, pode haver um prêmio de risco para esses territórios e, na pior, uma fuga de capitais de investidores em busca de portos seguros" para seus fundos.

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