Regulador europeu autoriza vacina da Janssen apesar de casos 'raros' de coágulos
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reconheceu, nessa terça-feira (20), que os coágulos sanguíneos devem ser considerados como efeitos colaterais "muito raros" da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson, cujos benefícios ainda são maiores do que os riscos.
A decisão do órgão regulador europeu ocorre poucos dias antes de as autoridades de saúde dos Estados Unidos se pronunciarem sobre o imunizante da Johnson & Johnson, em um momento em que a vacinação se estende a toda a população do país.
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A EMA, com sede em Amsterdã, reconheceu "um possível vínculo" entre a vacina deste laboratório americano e casos de coágulos sanguíneos, que devem ser incluídos como "efeitos colaterais muito raros" do produto.
O órgão concluiu "que uma advertência sobre coágulos sanguíneos raros com plaquetas sanguíneas baixas deve ser adicionada às informações do produto".
O diretor financeiro da Johnson & Johnson (J&J) já havia garantido que o laboratório tem "total confiança" na vacina e espera encontrar "rapidamente" uma solução com os reguladores para seu uso, atualmente paralisados na Europa e nos Estados Unidos.
"Definitivamente segura"
É uma decisão importante, já que vários países europeus contam com esta vacina para acelerar sua campanha de imunização.
As vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca e Janssen (o nome da vacina J&J na União Europeia) são "indispensáveis" para atingir os objetivos da campanha de vacinação na França, declarou o Ministério da Saúde nesta terça-feira.
Por sua vez, a Itália anunciou que o recomendará para maiores de 60 anos. A vacina dos EUA será considerada "definitivamente segura".
Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde recomendaram na semana passada uma "pausa" no uso do imunizante da J&J após a detecção de casos graves de coágulos sanguíneos em várias pessoas.
A Dinamarca, o primeiro país europeu a anunciar na semana passada que estava suspendendo a administração da vacina AstraZeneca, anunciou na terça-feira que vai "emprestar" 55 mil doses à região vizinha alemã de Schleswig-Holstein.