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Regular conteúdo prejudicial online "não é censura", afirma chefe de direitos da ONU

Empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp anunciou que encerrará seu programa de verificação de fatos nos Estados Unidos

Logo da Meta exibido em um centro de convenções em Paris Logo da Meta exibido em um centro de convenções em Paris  - Foto: Julien de Rosa/AFP

O chefe de direitos da ONU insistiu nesta sexta-feira que a regulamentação de conteúdos prejudiciais online "não é censura", poucos dias após a Meta encerrar seu programa de verificação de fatos no Facebook e Instagram, alegando preocupações com censura.

"Permitir discurso de ódio e conteúdo prejudicial online tem consequências no mundo real. Regular esse tipo de conteúdo não é censura", disse Volker Turk na plataforma X, cujo proprietário, Elon Musk, também acusou repetidamente os programas de verificação de fatos de censurarem vozes mais conservadoras.

O argumento de censura apresentado pelo fundador da Meta, Mark Zuckerberg, para encerrar seu programa de verificação de fatos nos Estados Unidos é “falso”, segundo a International Fact-Checking Network (IFCN).

 

“É falso e queremos restabelecer a verdade, tanto para o contexto atual quanto para a história”, disse a rede de 137 organizações, incluindo a AFP, na quinta-feira.

A Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) anunciou na terça-feira que encerrará seu programa de verificação de fatos nos Estados Unidos, uma mudança radical em suas políticas de moderação de conteúdo que se alinha com as prioridades do próximo presidente dos EUA, Donald Trump.

Como argumento para essa decisão, Zuckerberg alegou que os verificadores de fatos “foram politizados demais e contribuíram para reduzir a confiança em vez de melhorá-la, especialmente nos Estados Unidos”. De acordo com ele, a Meta busca “restaurar a liberdade de expressão em suas plataformas.

Embora essa decisão atualmente se aplique apenas aos EUA, a IFCN alertou sobre o impacto potencialmente devastador se o grupo encerrasse seu programa em todo o mundo, que está presente em mais de 100 países.

“Alguns desses países são altamente vulneráveis à desinformação que incentiva a instabilidade política, a interferência eleitoral, a violência popular e até mesmo o genocídio”, disse a rede.

“Se a Meta decidir interromper o programa em todo o mundo, isso quase certamente causará danos reais em muitos lugares”, acrescentou.

A Agence France-Presse (AFP) trabalha com o programa de verificação de conteúdo do Facebook em 26 idiomas. O Facebook paga para usar as verificações de cerca de 80 organizações em todo o mundo em sua plataforma, bem como no Whatsapp e no Instagram.

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