Reino Unido declara alerta nacional e pede 'ação urgente' para conter surto de sarampo
Condado de West Midlands registrou mais de 300 casos nos últimos três meses
A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA, da sigla em inglês) declarou que o avanço de casos de sarampo em meio às baixas coberturas vacinais representam um “incidente nacional de saúde” nesta sexta-feira.
Segundo a agência, o mecanismo “sinaliza o risco crescente para a saúde pública” e permite que ela direcione esforços para “limitar a propagação do surto, incluindo trabalho adicional para ajudar a proteger outras áreas de maior risco”.
Em nota, a chefe executivo da UKHSA, Dame Jenny Harries, alertou que o surto da doença observado no condado de West Midlands se espalhará para outras cidades britânicas a menos que “medidas urgentes” sejam tomadas para ampliar a adesão à vacina tríplice-viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Em muitos locais, o percentual de crianças vacinadas está abaixo de 65%.
"Colegas têm trabalhado incansavelmente para tentar controlar o surto, mas com a adesão à vacina em algumas comunidades tão baixa, existe agora um risco muito real de ver o vírus espalhar-se noutras vilas e cidades (...) É necessária uma ação imediata para aumentar a adesão", disse.
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De outubro do ano passado até 18 de janeiro deste ano (pouco mais de três meses), foram 215 casos confirmados, e outros 103 considerados prováveis, somente na região de West Midlands. Cerca de 80% na cidade inglesa de Birmingham, e a maioria em crianças abaixo de 10 anos. Para comparação, entre janeiro e novembro de 2023 , houve 209 casos de sarampo confirmados em laboratório em todo o país.
"As crianças que contraem sarampo podem ficar muito mal e algumas sofrerão complicações que mudarão suas vidas. A melhor forma de os pais protegerem os seus filhos do sarampo é a vacina tríplice-viral. Duas doses da vacina proporcionam proteção vitalícia e nunca é tarde para recuperar o atraso", afirmou Harries, que esteve no município ontem.
O alerta atingiu novos patamares nesta semana, mas especialistas do Reino Unido já demonstram preocupação com o avanço do sarampo desde o ano passado. Em julho de 2023, a agência de saúde publicou uma avaliação de risco em que já apontava a probabilidade de, muito em breve, serem observados surtos.
O temor levou as autoridades a implementarem uma nova estratégia de vacinação no Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS), espécie de SUS britânico. O foco passou a ser em “abordagens inovadoras de distribuição, reconhecendo que a ligação entre as taxas de adesão e a confiança e acessibilidade das vacinas é crítica”.
No Reino Unido a tríplice-viral é parte da vacinação de rotina, com a primeira dose sendo oferecida no primeiro ano de vida, e a segunda, aos 3 anos e 4 meses. Porém, aqueles que não se imunizaram no prazo, podem receber as aplicações em outras idades.
O sarampo espalha-se muito facilmente entre aqueles que não foram vacinados, especialmente em creches e escolas. Em alguns casos, pode ser muito grave, levando à hospitalização e à morte. No entanto, segundo a UKHSA, mais de 99% das pessoas que recebem 2 doses da vacina estarão protegidas.