Reino Unido destaca aliança "essencial" com a França antes de cúpula importante
O presidente francês recebe o "premier" britânico no Eliseu para reforçar a luta contra a imigração irregular e a cooperação na defesa e na ajuda militar à Ucrânia
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, destacou a aliança "essencial" com a França, onde se reúne nesta sexta-feira (10) com o presidente Emmanuel Macron para superar a inimizade dos últimos anos.
"Uma parceria forte... não é apenas valiosa, mas essencial", disse Sunak em nota, observando sua "profunda história, proximidade e visão compartilhada" sobre os desafios globais.
A primeira cúpula franco-britânica desde 2018 acontece semanas antes da visita de Estado do rei Charles III à França, naquela que será a sua primeira viagem ao exterior, no final do mês, mais um sinal da aproximação britânica com seu aliado.
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O presidente francês recebe o "premier" britânico no Eliseu para reforçar a luta contra a imigração irregular e a cooperação na defesa e na ajuda militar à Ucrânia.
"Quando enfrentamos ameaças novas e inéditas, é crucial fortalecer a base de nossa aliança para estarmos prontos para enfrentar os desafios do futuro", acrescentou Sunak.
As relações não eram tão boas entre Macron e o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson e pioraram ainda mais quando Liz Truss chegou a Downing Street.
Truss, que ficou no cargo por cerca de um mês e meio, questionou se o presidente francês era "amigo ou inimigo".
"Um grande amigo", disse Sunak, primeiro-ministro desde outubro, ao jornal Le Figaro.
Do Brexit à pandemia, passando por um duro embate sobre as alianças na região da Ásia-Pacífico, múltiplas crises interromperam as cúpulas anuais entre os dois aliados históricos.
A "prioridade" é uma "reconexão" para "retomar os hábitos comuns de trabalho" entre os dois líderes, que estão acompanhados de sete ministros de cada país, segundo a Presidência francesa.
Uma coletiva de imprensa está marcada para as 15h00 (11h00 no horário de Brasília), após uma reunião e um almoço de trabalho.
Londres aponta para a luta contra a migração irregular, fonte de tensão em ambos os lados do Canal da Mancha. Em 2022, 45.000 migrantes chegaram à costa inglesa vindos da França.
Paris e Londres negociaram um "reforço" da sua cooperação e meios para controlar esta rota, após um tratado de Sandhurst assinado em 2018 e de um novo acordo celebrado em novembro.
O Reino Unido espera intensificar as patrulhas para reprimir os contrabandistas de migrantes e parar mais barcos. "É crucial quebrar o círculo de gangues criminosas", disse Sunak ao Le Figaro.
Na terça-feira, o governo britânico apresentou um projeto de lei que limita drasticamente o direito ao asilo, um plano que gerou preocupações na ONU e em associações de direitos humanos.