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CONFLITO

Reino Unido e EUA derrubam 21 drones e mísseis disparados do Iêmen

Os rebeldes huthis reivindicaram o ataque como uma ação de apoio aos palestinos de Gaza, em meio à ofensiva lançada por Israel

Rebeldes huthisRebeldes huthis - Foto: Mohammed Huwais/AFP

As forças dos Estados Unidos e do Reino Unido derrubaram, na terça-feira (9), 18 drones e três mísseis lançados pelos rebeldes huthis do Iêmen em direção às rotas marítimas internacionais no Mar Vermelho, em seu "maior ataque" até o momento, informou o governo britânico.

Os rebeldes huthis, que contam com o apoio do Irã, reivindicaram o ataque como uma ação de apoio aos palestinos de Gaza, em meio à ofensiva lançada por Israel em represália ao sangrento ataque de 7 de outubro cometido por membros do Hamas.

"A operação, com um grande número de mísseis, balísticos e navais, e de drones, teve como alvo um navio americano que fornecia ajuda à entidade sionista", anunciaram os rebeldes em um comunicado.

De acordo com o texto dos huthis, essa é "uma primeira resposta ao ataque contra as nossas forças em 31 de dezembro".

Nesse dia, helicópteros americanos, respondendo a uma chamada de auxílio de um navio comercial, haviam afundado três barcos dos rebeldes huthis, matando dez membros de suas tripulações.

Este novo ataque dos huthis ocorre enquanto o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, está no Bahrein, em meio a uma viagem pela região que também incluiu Israel, na tentativa de evitar que a guerra contra o Hamas se estenda.

"Esses ataques contaram com a cumplicidade do Irã mediante tecnologia, equipamentos, inteligência, informação, e têm um impacto real na vida das pessoas", declarou o secretário de Estado à imprensa no Bahrein.

Ataque noturno 
"Durante a noite", o navio britânico "HMS Diamond", junto com navios de guerra americanos, "repeliu com sucesso o maior ataque realizado até à data no Mar Vermelho pelos huthis, apoiados pelo Irã", declarou o ministro britânico da Defesa, Grant Shapps, na rede social X.

"O 'Diamond' frustrou vários ataques de drones que iam em sua direção e na de outros navios mercantes da zona", acrescentou o ministro, especificando que não houve feridos entre a tripulação, nem danos ao navio britânico.

Em declarações posteriores à Sky News, Shapps advertiu os huthis, em tom ameaçador, para que cessem suas ações, acusando o Irã de apoiar esses ataques.

"Já chega. Devemos deixar claro aos huthis que eles devem parar e envio-lhes uma mensagem simples: se preparem", disse Shapps à Sky News.

"Não há qualquer dúvida de que o Irã está por trás do que está acontecendo no Mar Vermelho", insistiu.

Antes das observações do governo britânico, o Comando Militar do Exército Americano para o Oriente Médio (Centcom) havia relatado "um complexo ataque arquitetado pelo Irã no sul do Mar Vermelho, usando drones, mísseis de cruzeiro antinavio e um míssil balístico antinavio".

Os drones e mísseis foram abatidos na terça-feira por caças F/A-18 que operavam do porta-aviões "USS Dwight D. Eisenhower", três destróieres americanos e um navio de guerra britânico, o "HMS Diamond", detalhou o Centcom em um comunicado.

O ataque de ontem à noite foi o 26º contra o tráfego marítimo no mar Rojo desde meados de janeiro, completou o Centcom.

Força multinacional 
Esse incidente ocorreu uma semana depois de 12 países, liderados pelos Estados Unidos, alertarem os huthis sobre as consequências de seus ataques, se não parassem imediatamente de disparar contra navios comerciais.

No mês passado, os Estados Unidos criaram uma força naval multinacional para proteger a navegação no Mar Vermelho dos ataques huthis. Esses disparos colocam em perigo uma rota marítima pela qual transita até 12% do comércio mundial.

A mais recente rodada de conflito entre Israel e o Hamas começou quando o grupo islamista palestino lançou uma incursão de Gaza, em 7 de outubro, deixando cerca de 1.140 mortos, segundo um cálculo da AFP baseado em números israelenses.

Após o ataque, os Estados Unidos enviaram uma ajuda militar a Israel, que deflagrou uma represália implacável em Gaza. Pelo menos 23.300 pessoas morreram desde então, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

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