Reino Unido lança programa de acolhida de ucranianos
Ucranianos que participarem do programa poderão viver e trabalhar no Reino Unido por até três anos e receber benefícios sociais
O governo do Reino Unido lançou, nesta segunda-feira (14), um site destinado aos britânicos que desejam receber refugiados ucranianos que fogem da guerra em suas casas.
Criticado pela lentidão e pelo baixo número de vistos concedidos - 4.000 segundo os últimos dados -, além da complexidade do processo inicial, o governo de Boris Johnson agora quer corrigir a iniciativa.
As pessoas que decidirem acolher refugiados ucranianos receberão 350 libras (418 euros) por mês e devem se comprometer a hospedá-los por pelo menos seis meses.
Os beneficiários, que deverão obter um visto, poderão viver e trabalhar no Reino Unido por até três anos e receber benefícios sociais.
Enquanto isso, o governo está trabalhando para "identificar o uso apropriado dos bens apreendidos" no âmbito das sanções adotadas contra pessoas próximas ao poder em Moscou, em retaliação à invasão da Ucrânia pela Rússia", disse um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson nesta segunda.
Mansão ocupada
Um grupo de manifestantes ocupou nesta segunda-feira uma mansão ligada a um magnata russo, localizada em um bairro exclusivo de Londres, e pediu que o prédio seja usado para abrigar refugiados ucranianos.
"Pretendemos usar este edifícios para acolher refugiados", afirmou a repórteres um dos membros do grupo.
Quatro manifestantes, três deles com os rostos parcialmente cobertos, estavam em uma das varandas e se apresentaram sob o nome de "London Makhnovists", um grupo anarquista.
Leia também
• Cerca de 150 mil evacuados através de corredores humanitários na Ucrânia
• Central ucraniana de Chernobyl volta a ficar sem energia elétrica
• Nove mortos em bombardeio de torre de TV no oeste da Ucrânia
Uma faixa azul com a mensagem "esta propriedade foi liberada" e uma vermelha dizendo "foda-se Putin" estavam penduradas em duas varandas do imponente edifício no número 5 da Belgrave Square. Em uma das janelas, via-se uma bandeira ucraniana.
A mansão estava cercada por um cordão policial e vigiada por meia dúzia de veículos policiais, verificou um jornalista da AFP.
A propriedade, localizada no centro de Londres, perto do Hyde Park, pertence a uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, de acordo com o registro de imóveis do município.
É administrado por Graham Bonham Carter, um empresário britânico cujas contas bancárias foram congeladas no início de março pela Justiça britânica.
Carter administra a multimilionária carteira de propriedades de Oleg Deripaska no Reino Unido.
Deripaska é um dos sete bilionários russos sancionados na quinta-feira pelo governo britânico, que congelou seus ativos e os proibiu de viajar, por causa de seus vínculos com o Kremlin.
Referindo-se às sanções impostas pelo governo britânico aos oligarcas russos com propriedades no Reino Unido, um dos ativistas disse à AFP por telefone que, de acordo com a lei, "pode levar até seis meses para que suas propriedades sejam confiscadas".
"Francamente, isso é ridículo (...) Estamos confiscando agora suas propriedades", justificou.
Por outro lado, na França, três homens foram detidos na comuna de Biarritz, sudoeste do país, depois de entrarem numa mansão pertencente ao ex-genro do presidente russo Vladimir Putin, na qual exibiam uma bandeira ucraniana.