Reino Unido quer reforçar proteção infantil após morte de menina por violência doméstica
O governo em breve introduzirá novas medidas, incluindo a exigência de que os governos locais criem equipes de proteção à criança
O primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer disse nesta quinta-feira (12) que medidas de proteção devem ser implementadas para crianças que sofrem violência doméstica, após a condenação, no dia anterior, de membros da família pelo assassinato de uma menor.
“Trata-se de garantir que haja salvaguardas para as crianças, principalmente para aquelas que estudam em casa. Então, acho que é aí que estão as perguntas”, disse Starmer.
O pai e a madrasta de Sara Sharif, uma menina anglo-paquistanesa de 10 anos que morreu em agosto de 2023, vítima de abuso, foram considerados culpados de assassinato na quarta-feira por um tribunal do Reino Unido.
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Sara foi retirada da escola em abril de 2023 e a violência contra ela aumentou nas semanas que antecederam sua morte.
O governo em breve introduzirá novas medidas, incluindo a exigência de que os governos locais criem equipes de proteção à criança.
Os pais terão que obter permissão das autoridades se desejarem educar em casa uma criança que tenha sido objeto de um plano de proteção.
Ao mesmo tempo, será criado um registro de crianças educadas em casa.
No final do julgamento, a comissária do governo para crianças, Rachel de Souza, disse que o caso ilustrava “as falhas profundas no sistema de proteção à criança”.
No julgamento de um caso que horrorizou o Reino Unido, um tribunal de Londres considerou seu pai, Urfan Sharif, 42 anos, e sua parceira, Beinash Batool, 30 anos, responsáveis pelo assassinato da menina.
Além disso, o tio de Sara, Faisal Malik, 29 anos, irmão do pai de Sara, foi considerado culpado de “causar ou permitir sua morte”.
As sentenças dos três réus serão anunciadas na próxima terça-feira.
O julgamento revelou que o corpo de Sara Sharif tinha 25 fraturas, que um médico só conseguiu explicar por repetidos golpes violentos.
O corpo da menina também apresentava 70 marcas de golpes ou ferimentos.
O julgamento destacou a falha dos serviços sociais no caso da menina, cuja custódia foi tirada da mãe e entregue ao pai, que não detectaram a violência sofrida por ela, apesar dos avisos da escola.