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Reino Unido registra 1ª infecção por fungo fora da América do Sul transmitida por gato do Brasil

Três britânicos foram acometidos pela doença, sofrendo ferimentos e úlceras nas mãos, pulsos e braços

A infecção pode se espalhar para os ossos e articulações, podendo atingir, em casos mais graves, o sistema nervoso central A infecção pode se espalhar para os ossos e articulações, podendo atingir, em casos mais graves, o sistema nervoso central  - Foto: Pexels

Uma doença causada por fungos que causa bolhas na pele transmitida por gatos foi detectada pela primeira vez no Reino Unido. A infecção só havia sido observada até então na América do Sul. Três britânicos foram acometidos pelo fungo, sofrendo ferimentos e úlceras nas mãos, pulsos e braços.

Os chefes de saúde do governo britânico afirmam que todos pegaram a infecção, chamada de esporotricose brasiliensis, do mesmo gato, que foi resgatado do Brasil. Apesar de sofrer cortes que os levaram a procurar tratamento médico, os três se recuperaram totalmente.

Os pacientes foram uma mãe, a filha e o veterinário, que não tiveram suas identidades reveladas, e que sofreram pequenos arranhões do bicho.

A mãe, de 63 anos, é natural do sudeste do Brasil e estava morando no Reino Unido há pelo menos três anos. Ela não teria viajado ao país tropical desde então. A mulher teria ido ao médico depois de ter feridas na mão por três semanas e gânglios linfáticos inchados. A filha, de 30 anos, se mudou junto com a mãe, ela teve uma úlcera no dedo médio que não cicatrizava há oito semanas.

Ambas disseram que sofreram arranhões do gato resgatado no Brasil e foram recomendadas a tomar um medicamento para infecções fúngicas por seis meses.

O terceiro caso relatado foi o de um veterinário que foi arranhado pelo mesmo gato enquanto o examinava em uma consulta. Quatro semanas depois, ele desenvolveu uma úlcera no dedo médio e lesões no braço. Também foi prescrito a ele três meses de medicamento.

Os cientistas afirmam que o gato provavelmente responsável pelos casos humanos era um gato doméstico de pelo comprido de 9 anos que foi resgatado pela família no sudeste do Brasil. Eles o trouxeram para o Reino Unido com eles quando se mudaram. A esporotricose é transmitida por uma mordida ou arranhão de um gato infectado. Não houve casos registrados de transmissão de humano para humano.

O primeiro sintoma é geralmente uma pequena protuberância indolor rosa, vermelha ou roxa, que geralmente aparece no dedo, mão ou braço onde o fungo entrou pela primeira vez através de uma ruptura na pele, como um arranhão ou mordida.

Em seguida, desenvolvem-se inchaços ou nódulos abertos, que começam a se parecer com úlceras. Eles são muito lentos para cicatrizar.

A infecção pode se espalhar para outras partes do corpo, incluindo ossos e articulações, em casos mais graves, pode atingir o sistema nervoso central e causar dores nas articulações, dores de cabeça e convulsões.

Como a maioria dos casos de esporotricose envolve apenas a pele ou tecidos sob a pele, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) diz que ela é tratada principalmente com medicamentos antifúngicos prescritos por vários meses. Se a infecção for grave e afetar outras partes do corpo, é administrada medicação intravenosa. Pessoas com esporotricose nos pulmões podem precisar de cirurgia para remover o tecido danificado.

A doença é reconhecida no Brasil como uma epidemia zoonótica (transmissão de gato para humano) e uma ameaça à saúde pública desde a década de 1990. Desde então, se espalhou para outros países da América do Sul, como Argentina e Paraguai.

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