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Meio ambiente

Relatório diz que dragagem no Porto do Recife não gerou "mar de lixo" no litoral; veja causas

Só em Ipojuca foi retirado um total de lixo cerca de 20 vezes maior do que o normal

Lixo na praia de Maracaípe, em Ipojuca, no Litoral SulLixo na praia de Maracaípe, em Ipojuca, no Litoral Sul - Foto: Reprodução/Whatsapp

Um relatório finalizado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) excluiu a possibilidade de uma obra de dragagem no Porto do Recife ter sido a responsável pelo aparecimento de um "mar de lixo" no litoral pernambucano no início deste ano. 

O documento, compartilhado pelo Porto do Recife nesta quarta-feira (22), cita que as chuvas incomuns no mês de janeiro e uma mudança no sentido dos ventos levaram a grande quantidade de resíduos sólidos para as praias. Na ocasião, só em Ipojuca foi retirado um total de lixo cerca de 20 vezes maior do que o normal nas praias de Maracaípe e Porto de Galinhas.

De acordo com o documento, “os rios litorâneos, especialmente, os rios Capibaribe, Beberibe e Pina são a origem do lixo encontrado nas praias, no período. As chuvas com índices pluviométricos acima do normal acarretaram em alagamentos por toda a RMR que lavaram vastas áreas, carregando grande quantidade de dejetos indevidamente dispostos em ruas, terrenos baldios e lixões para as galerias de águas pluviais e consequentemente para canais de drenagem, desembocando no mar”.

“Ao chegarem ao oceano, o direcionamento dos resíduos sólidos foi então influenciado pelas forças altamente favoráveis das correntes marinhas e do sentido dos ventos, até que voltassem ao continente, através da dispersão em faixas de areia”, completa o documento. 

Na época, as chuvas já eram consideradas uma hipótese para o aparecimento do lixo, bem como a obra de dragagem do terminal portuário e de que o material era oriundo de descarte de navios, pela característica observada em análise prévia, com o lixo sendo considerado antigo, com bastante erosão e que estava em água há muito tempo. 

Vista aérea do Porto do Recife (Foto: Divulgação/Porto do Recife)

Para chegar à conclusão do relatório, equipes de fiscalização da CPRH realizaram vistorias e monitoramento de acompanhamento da operação de dragagem, desde a etapa de coleta do material, separação de resíduos sólidos, até o despejo do material dragado em alto-mar em local pré-definido através do processo de licenciamento. A obra de dragagem no Porto do Recife começou em 22 de janeiro. 

A CPRH também acompanhou a etapa de retirada de resíduos sólidos provenientes do processo de dragagem, que após a coleta foram submetidos a uma fase de peneiramento, sendo em seguida estocados em bolsões de acondicionamento temporário na própria embarcação até posterior envio para destinação final ambientalmente adequada, o aterro sanitário.

“Desde as primeiras denúncias, o Porto do Recife colaborou com a CPRH para realização das fiscalizações e esclarecimento dos fatos. Nossa equipe de gestão ambiental, junto com os órgãos competentes e empresa contratada para realizar o monitoramento ambiental da obra, supervisionaram todas as etapas da operação e já haviam constatado que a dragagem não estava gerando esse aparecimento de lixo nas praias. Mas foi o trabalho de mergulho, realizado em parceria com o Corpo de Bombeiros, que comprovou a inculpabilidade da nossa obra”, reforça o presidente do  Porto do Recife, José Lindoso.

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