Remédio para diabetes reduz risco de Covid longa, aponta estudo
A descoberta pode ser um marco na luta contra essa doença ainda misteriosa
Um medicamento contra diabetes, barato e amplamente disponível, reduziria em 40% o risco de desenvolver covid de longa duração após uma infecção, de acordo com um estudo publicado nesta sexta-feira (quinta, 8, no Brasil).
A descoberta pode ser um marco na luta contra essa doença ainda misteriosa, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta uma em cada dez pessoas infectadas.
Um ensaio clínico de fase 3 testou um medicamento chamado metformina, atualmente o tratamento mais utilizado no mundo para diabetes tipo 2.
Isso significa que se trata de um medicamento considerado seguro, além de ser de baixo custo e estar amplamente disponível no mercado.
O estudo, publicado na revista Lancet Infectious Diseases, envolveu 1.126 pessoas com sobrepeso ou obesidade nos Estados Unidos, metade delas tratadas com metformina e outra com placebo nos dias após teste positivo para covid-19.
Dez meses depois, 35 dos participantes que tomaram metformina receberam um diagnóstico de covid de longa duração, em comparação com 58 no grupo do placebo, o que representa uma redução de 40% no risco, indica a pesquisa.
O ensaio clínico foi realizado de dezembro de 2020 a janeiro de 2022, o que incluiu a variante ômicron, que causa menos casos de covid longa do que as variantes anteriores.
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A equipe responsável pelo estudo já havia demonstrado anteriormente que esse remédio reduz em mais de 40% o risco de hospitalização e morte entre os infectados pela covid.
O médico Jeremy Faust, da Faculdade de Medicina de Harvard, que não tem envolvimento com o estudo, diz que os resultados são "potencialmente notáveis" na pesquisa sobre covid persistente.
No entanto, Frances Williams, professora de epidemiologia no King's College de Londres, observa que, por ser um método preventivo, obriga a medicação de pessoas que provavelmente não contraíram a doença.
Os sintomas de longo prazo da covid incluem fadiga, dificuldades respiratórias, problemas de memória e concentração, tosse e dificuldade para falar.
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© Agence France-Presse
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