Repatriados brasileiros ganharão posto de acolhimento em MG, anuncia governo
Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, diz que governo não pode permitir que deportados dos EUA sofram maus tratos
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode permitir que brasileiros deportados dos Estados Unidos sofram tratamento semelhante ao recebido no voo da última sexta-feira, 24.
Leia também
• Rejeição ao governo Lula deve sobrar para Haddad; confira a coluna desta quarta (29)
• Secretaria identifica navio que derramou óleo na Baía de Guanabara
• Índice sobre direitos LGBTQIA+ traz falhas em segurança e participação
Segundo ele, o avião poderia ter sofrido "problemas mais graves".
De acordo com a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, a gestão federal irá instalar um posto de acolhimento humanitário no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, tendo em vista a chegada de novos repatriados.
As declarações ocorreram nesta terça-feira, 28, após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de diversos ministros, também compareceram o comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
De acordo com Mauro Vieira, a agenda foi de informação ao chefe do Executivo sobre o voo com os repatriados.
"O objetivo da reunião, além de transmitir ao presidente o que aconteceu, o relato da situação, foi também de discutir formas de tratar o tema daqui para diante e de se discutir com as autoridades americanas que as deportações para eles sejam feitas atendendo os requisitos mínimos de dignidade, respeito aos direitos humanos, atenção necessária aos passageiros de uma viagem dessa extensão", afirmou aos jornalistas.
"Estamos agora trabalhando para encontrar soluções e formas adequadas para que cheguem ao Brasil os brasileiros repatriados, mas dentro de atenção absoluta, respeito aos direitos humanos, as condições necessárias de viagem e a atenção necessária aos passageiros nesse voo", complementou.
Macaé afirmou que "está todo mundo muito preocupado" e que Lula autorizou o ministério a iniciar as tratativas para estabelecer no Aeroporto de Confins um posto de acolhimento humanitário, tendo em vista que poderemos ter mais voos previstos.
"Toda a nossa expectativa é que a gente possa trabalhar para garantir que famílias não venham separadas e que esses passageiros tenham boas condições de água e alimentação", afirmou.
A ministra disse que já recebeu "sinalizações" de algumas empresas que têm interesse em dialogar para poder pensar em mecanismos de inclusão produtiva e no mundo do trabalho aos repatriados.
Vieira disse que a operação da última semana foi "trágica" pelo defeito que apresentou a aeronave e comentou que podia ter ocasionado um acidente.
"Justamente nos faz agora trabalhar para, junto com as autoridades americanas, procurar formas de que seja feito novas repatriações, de acordo com a legislação brasileira e também com as normas de segurança e de acolhimento dentro de uma aeronave", disse.
"Nós não podemos admitir que as pessoas venham com aquele tipo de tratamento, inclusive correndo riscos maiores, porque o avião poderia ter sofrido acidentes e problemas mais graves."
O ministro afirmou, porém, que o País ainda não sabe sobre mais voos com brasileiros repatriados. "Os voos têm sido um pouco mais de um por mês, não temos nada certo agora."
De acordo com ele, o governo brasileiro vai participar da reunião convocada pela Celac para tratar sobre o episódio.
O ministro, no entanto, evitou cravar se Lula é quem participará do encontro. Segundo Vieira, a participação da gestão pode ser virtual: "Estamos definindo como vai ser."