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Vacina

Responsável por vacinação na Europa diz ver elo entre vacina de Oxford e coágulos; reguladora nega

Na opinião de Marco Cavaleri ao jornal italiano, existe uma ligação entre a vacina e os acidentes vasculares raros, mas sem algum tipo de comprovação

Vacina na OxfordVacina na Oxford - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O responsável por estratégia de vacinação da EMA (agência regulatória europeia), Marco Cavaleri, afirmou acreditar que existe ligação entre a vacina de Oxford/AstraZeneca e acidentes vasculares raros, embora não se saibam ainda as causas, segundo o jornal italiano Il Messaggero.

"Na minha opinião, podemos falar agora, é claro que existe uma ligação com a vacina. Mas ainda não sabemos o que causa essa reação", afirmou ele, segundo o jornal.

Ao jornal Folha de S.Paulo, a agência afirmou nesta terça (6) que o grupo de segurança farmacológica (Prac) "ainda não chegou a uma conclusão e a revisão está em andamento". A previsão é que um comunicado seja feito até quinta (8).
Cavaleri não integra o Prac nem é responsável por segurança farmacológica na EMA.

Na última reunião para estudar os casos graves, a agência afirmou que ainda não havia evidências de que as vacinas fossem responsáveis pelos acidentes vasculares, embora essa hipótese não seja também descartável.

Em sua segunda revisão sobre os acidentes vasculares, o regulador europeu repetiu que os benefícios da vacina –ao impedir sequelas graves e mortes provocadas pela Covid-19– superam fortemente os riscos de causar coágulos. Cavalari também repetiu essa avaliação na entrevista ao jornal italiano.

Logo após os primeiros relatos de coágulos cerebrais raros em pessoas que receberam a vacina de Oxford/AstraZeneca, 21 países suspenderam o uso do imunizante; 19 retomaram a administração depois que a agência reguladora o endossou mais uma vez.

Dinamarca e Noruega estão fazendo estudos próprios e ainda não voltaram a aplicar a vacina. Em países como França e Suécia, ela está sendo dada apenas aos mais idosos, já que o maior número de coágulos foi detectado em mulheres abaixo de 55 anos.

Segundo a direção da EMA, não foram detectados riscos maiores associados a idade ou sexo, e não é possível ainda determinar por que houve mais relatos entre mulheres vacinadas. Na população em geral, de acordo com a agência, a incidência desse tipo de caso raro de coágulo também ocorre com mais frequência entre mulheres.

Na semana passada, o regulador britânico afirmou que houve relatos de 30 acidentes vasculares graves entre os milhões de imunizados no país, e recomendou que a vacina da AstraZeneca continue a ser usada em todos os adultos.

No Brasil, onde a vacina da AstraZeneca é o principal imunizante do governo federal, não há até o momento relatos de acidentes vasculares semelhantes em pessoas vacinadas.

Os eventos adversos considerados graves registrados no Brasil no primeiro mês de campanha de vacinação contra o coronavírus representam 0,007% das doses aplicadas no período, mostra um relatório divulgado pelo Ministério da Saúde.

Até agora não há confirmação de que eles tenham relação com os imunizantes.

A grande maioria dos efeitos adversos suspeitos notificados até aqui não são graves. Os casos mais frequentes são de dor de cabeça, dor em geral e dor muscular (mialgia), além de febre, náusea e diarreia.

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