Logo Folha de Pernambuco

Saúde

Restrições de acesso ao aborto preocupam a OMS

Diretor-geral da organização da ONU, Tedros Adhanom disse que "um aborto seguro é uma medida de saúde que salva vidas"

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros AdhanomO diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom - Foto: Christopher Black / AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou, nesta terça-feira (18), sua preocupação pela multiplicação de restrições legais ao direito a um aborto seguro, depois de iniciativas que desencadearam uma batalha judicial nos Estados Unidos.

"A OMS está preocupada com o fato de que o direito das mulheres de acessar um aborto seguro, inclusive mediante o uso de medicamentos, está sendo restrito por legisladores e/ou tribunais", declarou o diretor-geral da organização da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"As mulheres deveriam ter sempre o direito de escolher quando se trata de seu corpo e saúde. Restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos e apenas leva mulheres e jovens a buscarem outros meios menos seguros, inclusive à morte", continuou.

"Em última instância, o acesso a um aborto seguro é uma medida de saúde que salva vidas", destacou.

Na sexta-feira (14), a Suprema Corte dos Estados Unidos manteve temporariamente o acesso total a uma pílula abortiva, muito utilizada no país, ao suspender decisões de tribunais inferiores que impuseram restrições ao uso do medicamento. A suspensão destas restrições tem vigência até a quarta-feira.

A máxima instância judicial americana, de maioria conservadora, tomou essa decisão em reposta a um recurso apresentado pelo governo do presidente democrata Joe Biden, com caráter de urgência, para bloquear a proibição e as limitações do medicamento mifepristona a partir das 5h GMT (2h de Brasília) de sábado.

Em combinação com outro medicamento, a mifepristona é usada por mais da metade dos abortos nos Estados Unidos.

Este caso é o mais recente de uma ofensiva contra o direito ao aborto nos últimos meses.

Nos Estados Unidos, os estados têm liberdade para legislar sobre o aborto desde junho de 2022, quando a Suprema Corte anulou a histórica decisão Roe vs. Wade, que consagrou o procedimento como um direito federal por quase meio século.

Desde então, mais de dez estados aprovaram leis que proíbem ou restringem severamente o aborto. O caso mais recente foi na Flórida, onde o governador republicano, Ron DeSantis, promulgou na quinta-feira uma lei que proíbe a maioria dos abortos após seis semanas de gravidez, antes que muitas mulheres saibam que estão grávidas.

Atualmente, o aborto está proibido em 15 estados. No entanto, existem opções para as mulheres: pílulas abortivas enviadas do exterior e de outros estados e também vendidas online.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter