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Patrimônio e Cultura

Reunião pública da Frente Parlamentar pelo Centro do Recife debate Patrimônio e Cultura

O encontro teve participação de vereadores, educadores, especialistas, representantes dos governos estadual e municipal e sociedade civil

Foto: Roberto Jaffier/ Divulgação

Nesta segunda-feira (13), na Câmara Municipal do Recife, de forma virtual, a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) comandou a primeira reunião pública da Frente Parlamentar pelo Centro do Recife, debatendo a importância do Patrimônio e da Cultura para o município. 

“Temos certeza de que faremos jus ao nosso importante papel na condição de legislativo, de congregar, de convergir, de refletir e de seguirmos firmes no nosso maior propósito, o de desenvolver e devolver ao Centro o seu vigor e sua vitalidade”, destacou a vereadora e presidente da Frente no início da sua apresentação. 

O próximo encontro da Frente será no dia 27 deste mês e terá como tema habitação. 

Participantes
Além de Pedrosa, o evento contou com a participação de vereadores da casa como Rinaldo Júnior (PSB), Marco Aurélio (PRTB/ vice-presidente da Frente), Dani Portela (PSOL), Liana Cirne (PT) e Michele Collins (PP).

Realizaram palestras o professor e historiador Antonio Paulo Rezende, discutindo “A cidade, o afeto e a moradia” e a advogada e mestra em desenvolvimento urbano Juliane Lima, sobre “Racismo Ambiental – interseccionalidades entre o patrimônio e o espaço público”.

Participaram também a doutora em geografia e urbanismo Norma Lacerda, debatendo “Mercado Imobiliário e Patrimônio”; o vice-presidente do Galo da Madrugada, Rodrigo Menezes, sobre “O Centro do Recife como berço das manifestações culturais” e o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Melo, com o tema “Cultura no coração da cidade” e o superintendente do Iphan em Pernambuco, Rogério Henriques.

Cidade, afeto e moradia
Dando início às palestras, o professor e historiador Antonio Paulo Rezende pontuou que a cidade do Recife possui várias identidades.

“Hoje, na história, a gente não se centraliza nos fatos, nos nomes, nas datas, a gente procura também perceber outras questões que envolvem a humanidade, como o afeto, o amor, a estética e a reconstrução de muita coisa. Temos que construir as identidades das cidades e Recife tem várias identidades, vários grupos e várias lutas”.

Racismo ambiental
Em seguida, a advogada e mestra em desenvolvimento urbano Juliane Lima destacou que o racismo ambiental é um problema evidente e que o Estado tem o papel de criar políticas públicas para reverter esse cenário. 

“Eu costumo dizer que o racismo ambiental é um conceito recente para um problema antigo da população negra, sobretudo do brasileiro. Quando o Estado oficializou a libertação da população negra, só fez isso porque a maior parte da população já se encontrava liberta. Mesmo oficializado, não foram criadas políticas públicas de inclusão, então isso fez com que a população negra tivesse que se virar para criar habitação, saúde e lazer. O Estado excluiu a população negra, inclusive do mercado de trabalho, impossibilitando, naquele momento, a formação de uma classe média negra. Hoje o Estado tem a obrigação de criar mecanismos para reparar esse fato histórico”, pontuou. 

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