"Revolução pacífica" está em curso em Belarus, afirma líder opositora
"Meu país está em crise", declarou Svetlana Tikhanovskaya, que citou as detenções, desaparecimentos e mortes de manifestantes
A opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya declarou nesta terça-feira ao Parlamento Europeu que Belarus é cenário de uma "revolução pacífica". "Somos uma maioria agora. Uma revolução pacífica está em curso. Não é uma revolução geopolítica (...) é uma revolução democrática", afirmou por videoconferência durante uma reunião com membros do Parlamento Europeu.
Tikhanovskaya rebateu os termos "pró-Rússia ou anti-Rússia" e "pró ou anti-UE" sobre os protestos, no momento em que o presidente Alexander Lukashenko se esforça para apresentar a mobilização nas ruas como um complô ocidental contra a esfera de influência russa. "Meu país está em crise", declarou a opositora, que citou as detenções, desaparecimentos e mortes de manifestantes "no meio da Europa".
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Svetlana Tikhanovskaya afirmou que a manifestação de 23 de agosto em Minsk foi a "maior da história de Belarus" e destacou que as "tentativas de repressão violenta não dissuadiram, apenas reforçaram a resolução da nação.
No domingo, quase 100.000 pessoas saíram às ruas da capital, como já havia acontecido em 16 de agosto. O movimento de protesto começou com o anúncio dos resultados da eleição presidencial de 9 de agosto, que apontaram a vitória de Lukashenko com 80% dos votos e foram considerados fraudulentos.