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SAÚDE

Rir forçado libera hormônios iguais ao do sexo e do exercício

'O ato, mesmo forçado, faz o cérebro reagir liberando serotonina e endorfina', diz estudo

Rir forçado libera hormônios iguais ao do sexo e do exercícioRir forçado libera hormônios iguais ao do sexo e do exercício - Foto: Kampus Production/Pexels

Rir de uma piada é uma das sensações mais prazerosas que o organismo experimenta. Acalma, descontrai. Um novo experimento conduzido com alunos da Brighton Girls School, escola localizada no  sul de Londres, identificou que forçar a risada traz o mesmo efeito. A ideia foi implantada com os alunos depois de aulas tensas, como matemática, ciências e história.

Em pequenos intervalos, professores puxavam a reação batendo palmas e dizendo palavras com sons semelhantes a uma risada, como ‘há há há’. E pediam para eles fingirem a risada.

"O ato, mesmo forçado, faz o cérebro reagir liberando serotonina e endorfina, que são hormônios de prazer e bem-estar. É a mesma sensação do exercício e do sexo, por exemplo. Então nos fazem relaxar e sentir prazer. É uma mensagem cerebral que te leva a secreção  desses hormônios", afirmou Ana Cristina Belsito, chefe do serviço de Endocrinologia do Hospital São Vicente de Paulo.
 

E se de um lado a endorfina e a serotonina são os hormônios mais citados como responsáveis pelas situações de prazer, Belsito cita a diminuição do nível de cortisol, principal composto  relacionado ao estresse, quando a pessoa está rindo.

"O cortisol é o hormônio que está relacionado a momentos de estresse e angústia. É um composto de defesa que está relacionado a defender o organismo nessas situações. Quando o indivíduo passa por momentos de tensão crônica ou está doente, o cortisol vai estar alto. E aí, por mais que ele seja um hormônio de defesa, ele causa estresse, o que é ruim para o organismo, além de poder causar complicações como depressão, infartos e doenças gastrointestinais", disse. "O nível de cortisol nas pessoas que riem mesmo forçado e se divertem é realmente menor."

E é justamente com a ideia de reduzir o nível desse hormônio, e consequentemente o estresse, que Emma Jennings ministra as aulas de terapia do riso no colégio em Brigton. Os resultados da disciplina tem sido positivos. Os alunos ficaram mais calmos e receptivos às aulas.

"Forçar o riso, além disso, trabalha a musculatura intestinal e gástrica, os músculos torácicos, abdominais e faciais", diz Belsito. "Como consequência, é como se esses movimentos fizessem uma espécie de massagem no sistema gastrointestinal e facilitassem o processo digestivo. Ou seja, além de ter a digestão facilitada, rir também gasta calorias." 

 A terapia do riso forçado, no entanto, não serve para qualquer um. Em alguns casos esporádicos pode, inclusive, aumentar o nível de stress.

"Algumas pessoas não gostam muito de ser forçadas a rir, pois acham isso constrangedor ou desconfortável. Com elas, os níveis de cortisol podem aumentar, o que seria prejudicial", diz Sophie Scott, neurocientista da University College London.

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