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Risco de complicações por coronavírus já aumenta aos 50 anos, diz estudo

Com base em estimativas sobre o número de pessoas que contrai o vírus, o estudo também calculou a taxa de letalidade por casos de infecção

Aposentado Severino Marques, 76 anosAposentado Severino Marques, 76 anos - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Um estudo que analisou 70.117 casos confirmados do novo coronavírus na China e outros 689 de pessoas retiradas de Wuhan aponta que a proporção de mortes por casos confirmados de coronavírus foi recalculada em menos da metade da que vinha sendo prevista por estudos anteriores: em vez de 3,67%, a taxa de letalidade é de 1,38%.

O trabalho, publicado na revista científica britânica The Lancet, mostra também que o risco de complicações pelo contágio com o novo coronavírus sobe drasticamente com a idade, ficando mais sério a partir dos 50 anos.

Ainda assim, os cálculos de letalidade para os mais velhos ficam bem abaixo dos feitos até agora. Entre os maiores de 80 anos, a porcentagem de mortes por caso confirmado é de cerca de 13% e cai para cerca de 8% quando se consideram todos os infectados (parte dos quais não é testada).

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Segundo a revista, este é o primeiro estudo a fazer uma análise ampla dos casos registrados na China. Os pesquisadores fazem parte do centro de estudos de epidemias do Imperial College. Com base em estimativas sobre o número de pessoas que contrai o vírus (maior que o de casos confirmados), o estudo também calculou a taxa de letalidade por casos de infecção.

Os valores médios obtidos são menores que os de outras epidemias causadas por coronavírus, como a de Sars, em 2002 (9,6%) e a de Mers ,em 2012 (34,4%), mas maiores que os da epidemia de influenza H1N1 em 2009 (0,2%) ou da gripe comum (0,13%).

Segundo os pesquisadores, uma das explicações para que trabalhos anteriores tenham encontrado taxa maior de morte por casos confirmados é que as políticas de testagem estavam priorizando casos mais graves, que chegavam aos hospitais.

O estudo, publicado na revista Lancet, pondera os cálculos tanto pela probabilidade de infecção pela doença quanto pela composição demográfica da região estudada. Os cientistas consideram também que a probabilidade de contrair o vírus é constante em todas as faixas etárias, como acontece com outros coronavírus já estudados.

Outro ponto ressaltado por eles é que, no caso de doenças novas, as estimativas de letalidade tendem a ser superestimadas. No médio e longo prazo, conforme são feitos mais testes e estudos aleatórios, ela costuma ser revista para baixo.

O trabalho alerta para o fato de que o nível de casos graves ou mortalidade entre os menores de 20 anos é muito baixo: "Testes serológicos nessa faixa etária serão cruciais para entender como eles podem estar transmitindo a doença".

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