Rishi Sunak é nomeado primeiro-ministro britânico pelo rei Charles III
A audiência de nomeação aconteceu no Palácio de Buckingham em Londres
O rei Charles III nomeou, nesta terça-feira (25), Rishi Sunak, o novo líder do governante Partido Conservador britânico, como novo primeiro-ministro do Reino Unido, em uma audiência no Palácio de Buckingham pouco depois de aceitar a renúncia oficial da polêmica Liz Truss.
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Imagens divulgadas pelo palácio real mostram o monarca apertando as mãos de Sunak, neto de imigrantes indianos, de 42 anos, que se torna o primeiro chefe de governo britânico de uma minoria étnica e o mais jovem em mais de 200 anos.
Múltiplos desafios
Na política internacional, Sunak prometeu seguir apoiando a Ucrânia contra a invasão russa, uma "guerra terrível que deve ser realizada com êxito até sua conclusão".
Londres se comprometeu a ajudar Kiev com até 2,3 bilhões de libras (2,6 bilhões de dólares), um auxílio que fica atrás apenas dos Estados Unidos.
A Rússia "não tem nenhuma esperança" de melhorar as relações com o Reino Unido em um governo Sunak, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O novo primeiro-ministro também deverá decidir se, em uma tentativa de unificar o Partido Conservador profundamente dividido, nomeará para seu gabinete algum deputado que não o apoiou na disputa, como a atual ministra das Relações com o Parlamento Penny Mordaunt.
Além da crise econômica, que pode deixar o Reino Unido paralisado por várias greves no inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), e das disputas internas entre os conservadores, Sunak precisa superar o desafio de estabelecer sua legitimidade diante de uma opinião pública que não votou nele.
O Partido Conservador conquistou com Boris Johnson uma maioria esmagadora nas eleições legislativas de 2019, a maior da direita britânica em 40 anos.
Mas desde então, o país mudou duas vezes de primeiro-ministro. A primeira vez com Truss, após uma votação com a participação de apenas 170.000 filiados do partido. A segunda com Sunak, graças ao apoio de pouco menos de 200 dos 357 deputados conservadores.
Uma pesquisa do instituto Ipsos mostra que 62% dos eleitores britânicos, em um país de 67 milhões de habitantes, desejam a convocação de eleições gerais antecipadas.
As próximas legislativas estão previstas para janeiro de 2025, no mais tardar e, embora o Partido Trabalhista registre grande vantagem nas pesquisas de intenção de voto, a formação opositora não pode forçar uma antecipação do pleito.
Para obter a mudança de data, dezenas de deputados conservadores teriam que votar com a oposição, o que parece muito improvável diante de sua anunciada derrota nas urnas.