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BRASIL

Robô criado por professor de Petrópolis pode prever tragédias climáticas e apoiar socorro

Batizada como 14 Bis, o avião de Santos Dumont, a inteligência artificial está sendo preparada para ajudar as autoridades a prevenir e conter os danos causados por temporais como o de fevereiro

O professor Joel Ramos com o robô 14 Bis O professor Joel Ramos com o robô 14 Bis  - Foto: Divulgação

Batizada em homenagem a Dom Pedro II, conhecido pela paixão por novidades tecnológicas, e lar de Santos Dumont, o inventor da aviação, Petrópolis, na Região Serrana do Rio, tem uma relação histórica com o desenvolvimento da ciência. A vocação inovadora da cidade acaba de ganhar mais um exemplar: uma inteligência artifical (IA) desenvolvida pelo professor Joel Ramos, que bate ponto no campus petropolitano da Escola Técnica para Faculdades de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj).

Montado a partir de peças recicláveis e de motores comprados pela internet, o simpático robô ganhou o nome de 14 Bis, avião pioneiro construído por Santos Dumont. A máquina é capaz de ouvir e responder perguntas e de se movimentar por comandos de voz. Agora, ela está sendo preparada para ajudar as autoridades a prevenir e conter os danos causados por tragédias naturais como os fortes temporais que caíram sobre Petrópolis em fevereiro deste ano, resultando em mais de 200 mortes.

Ramos vem mantendo contato com a unidade do Corpo de Bombeiros da cidade para compreender melhor as necessidades em caso de emergências. Uma das possibilidades é a de que o 14 Bis ganhe a capacidade de fazer previsões climáticas e de, a partir de análises de superficíes, identificar regiões de maior risco. O robô também pode ser utilizado para replantio de áreas desmatadas, uma interação tecnológica única no brasil.

— Este autômato, ainda em fase de testes, tem condições de evoluir para uma unidade capaz de servir como base meteorológica, acompanhar as condições do clima, do solo e, com as devidas adaptações físicas, ser utilizado para analisar até mesmo o calor embaixo da terra e, consequentemente, para o salvamento de pessoas soterradas, por exemplo — enumera, empolgado, o professor, que tem mestrado em Engenharia Eletrônica na área de IA e consciência de máquina.
 

Com modernos laboratórios recém-inaugurados, o Hub de Inovação na Faeterj de Petrópolis foi aberto à população do município em março. O objetivo do projeto, de acordo com os idealizadores, é concentrar e conectar iniciativas tecnológicas de referência oriundas de toda a Região Serrana. A promessa ambiciosa é levar a cidade a uma era de desenvolvimento de softwares, hardwares, robôs autônomos e até a simulação da computação quântica.

— Startups e interessados já começaram a chegar com projetos, utilizando nosso espaço para desenvolver inovações. São ações em cooperação com a faculdade, para criar soluções com contrapartidas para o desenvolvimento educacional dos alunos e tecnológico de Petrópolis — explica a professora Lucimar Cunha, diretora da Faeterj-Petrópolis.

Vinculada à Secretaria estadual de Ciência, a unidade conta hoje com 480 alunos de graduação e mais de 60 no Ensino Médio. Referência na área tecnológica, o local atrai não apenas os jovens petropolitanos, mas também estudantes de estados como Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

— O nosso diferencial é estimular nossos alunos a criarem seus robôs e projetos do zero, com um processo de aprendizagem ainda mais aprofundado — garante Lucimar.

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