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Rodoviários cogitam nova greve no Grande Recife após rodada de negociação por reajustes

Categoria busca melhorias salariais e benefícios, como plano de saúde e aumento do ticket alimentação

Rodoviários cogitam nova greve no Grande Recife após rodada de negociação por reajustesRodoviários cogitam nova greve no Grande Recife após rodada de negociação por reajustes - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Rodoviários do Grande Recife cogitam nova greve dos ônibus após rodada de negociação por reajustes. A categoria busca melhorias salariais e benefícios, como o incremento de um plano de saúde e o aumento do ticket alimentação.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a Urbana-PE, com quem está negociando, fez propostas que não apresentaram melhorias significativas para a categoria. Além disso, os motoristas alegam ainda que a empresa é capaz de oferecer, financeiramente, condições melhores do que foi proposto até agora.

Estamos fazendo uma pressão maior porque sabemos que pode vir mais. Quem decide sobre a greve vai ser o trabalhador. Vamos levá-los para assembleia para decidir se vamos parar ou não. Vamos fazer pressão no Governo também, que manda subsídios para as empresas e não para o trabalhador. Eles poderiam oferecer um benefício para nós. Vamos ter uma reunião essa semana ainda com eles para ver se tem como garantir o nosso plano de saúde”, começou o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Josival Costa.

“Não tendo mais como buscarmos mais benefícios, vamos convocar a categoria em assembleia para decidir se vamos fazer a greve. Estamos preparados para qualquer coisa”, completou.

Ônibus parados na Rua do Sol, região Central do RecifeÔnibus parados no Grande Recife. - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Entenda as propostas
Ao todo, a categoria já passou por quatro rodadas de negociação com a Urbana-PE. A última delas foi na quarta-feira (24), quando a empresa propôs, de acordo com os motoristas, 0,5% de aumento do salário acima da inflação. O pedido dos rodoviários, no entanto, foi de 5% de reajuste real.

A Urbana-PE propôs, ainda, um valor de R$ 400 para o vale-alimentação, além de um abono de R$ 180 para quem exerce a dupla função - também não aceitos pela categoria. Há, ainda, a instituição de um plano de saúde para os trabalhadores, que até hoje não contam com o benefício, assim como o controle das horas trabalhadas, que hoje é “totalmente lesivo ao trabalhador rodoviário e que não pode mais continuar da forma como é”.

“Uma coisa é certa, o que não falta à nossa categoria é coragem para lutar e dignidade, não queremos esmolas, queremos respeito e valorização. A realização ou não de um movimento paredista está mais uma vez nas mãos da URBANA-PE e da Governadora Raquel Lyra. Informamos à população que se não houver avanço nessas negociações, Recife vai parar”, afirmou o sindicato, por meio de nota.

Ônibus parados na Ponte Duarte Coelho, no Centro do RecifeÔnibus parados no Grande Recife. - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O que diz a Urbana-PE
Procurada pela reportagem da Folha de Pernambuco, a Urbana-PE emitiu nota oficial afirmando que apresentou “propostas concretas, condizentes com a realidade do setor e com as limitações de custeio do sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife”.

Confira, abaixo, a nota na íntegra.

A Urbana-PE informa que vem tratando sobre a negociação coletiva da categoria dos rodoviários desde o início do mês de julho. Nos quatro encontros realizados até o momento as empresas buscaram entendimento junto ao Sindicato dos Rodoviários e apresentaram propostas concretas, condizentes com a realidade do setor e com as limitações de custeio do sistema da transporte público da Região Metropolitana do Recife. A Urbana-PE informa ainda que continua aberta ao diálogo e espera que seja possível chegar a um acordo com as lideranças rodoviárias.

Relembra a última greve
No ano passado, entre os dias 26 e 31 de julho, a população do Grande Recife passou por maus bocados na última greve dos rodoviários.

Em seis dias de paralisação, usuários do transporte público da região enfrentaram longas filas e ônibus lotados - nos poucos veículos que seguiram rodando após contratos temporários das empresas.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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À época, a categoria conseguiu reajuste salarial de 4%, além do abono de 70% dos dias de greve para os trabalhadores. Houve também a compensação das horas extras ou complementares, ponto importante para o sindicato.

De lá para cá, no entanto, o clima não esfriou. Somente neste ano a categoria já realizou diversos protestos, com paralisação dos ônibus. As motivações, dentre outras, são cobranças por melhoria das condições de segurança para os trabalhadores, que passaram por casos de violência recorrentes.

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