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Rodoviários fecham ruas do Centro do Recife em protesto com cobranças ao Governo do Estado

Os motoristas interditaram vias das ruas do Sol, Aurora, e Cruz Cabugá, além da avenida Guararapes e a Praça da República. Protesto deve seguir até às 13h30

Õnibus parados no Centro do RecifeÕnibus parados no Centro do Recife - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Rodoviários fecharam diversas ruas do Centro do Recife em protesto com cobranças ao Governo do Estado, na manhã desta sexta-feira (26).

No momento, representantes do sindicato da categoria estão em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, sede da administração de Pernambuco, e aguardam algum representante para que tratativas sejam feitas.

Os motoristas interditaram vias das ruas do Sol, Aurora e Cruz Cabugá, além da avenida Guararapes e a Praça da República. Os trabalhadores estão em negociação em busca de reajustes para a categoria com a Urbana-PE, que administra as empresas permissionárias de ônibus. 

Sem acordo e com possibilidade de greve geral crescendo, o protesto chega como uma cobrança e pedido para que o Governo do Estado interceda pela categoria. Os rodoviários aguardam um contato direto com representantes da administração ainda nesta quinta.

"Estamos aqui no Palácio do Governo, em frente ao Teatro Santa Isabel. Estamos parando muitas ruas do Centro. É bom lembrar que a gente não quer só reforma na campanha salarial, como também em outros direitos para o trabalhador. Queremos ser recebidos por pessoas do governo, e ninguém quer vir nos ver aqui. Vamos ficar e aguardar", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.

Ainda segundo o sindicato, por meio de nota oficial, o Governo de Pernambuco pode "impedir uma greve", e cobra posicionamento da governadora Raquel Lyra sobre a questão.

O protesto deve seguir até 13h30, segundo o sindicato. A reportagem entrou em contato com a Urbana-PE em busca de um posicionamento oficial, mas, até a última atualização da matéria, não recebeu retorno.

Confira, abaixo, a nota do Sindicato dos Rodoviários sobre o protesto na íntegra.

Como é de conhecimento de toda a população, nossa categoria está em plena Campanha Salarial, em busca de melhores condições de trabalho para essa categoria tão importante para a Sociedade. 
A contra-proposta apresentada até aqui pelos empresários não atende os anseios de nossa categoria.
E não se trata apenas da insuficiência econômica da proposta, o controle da jornada como é feito hoje via GPS lesa  os trabalhadores e precisa ser retirada de nossa Convenção.
O plano de saúde, uma das principais reivindicações da categoria, mais uma vez não foi atendida. A alegação dos empresários é que faltam recursos, que há atrasos nos repasses realizados pelo governo do Estado, o que inviabilizaria a concessão de novos benefícios.
Está previsto a liberação de 400 milhões esse ano em subsídios, uma parte não poderia ser destinado aos trabalhadores em forma de benefício, como o plano de saúde? Temos certeza que sim. 
Desde o início da campanha salarial estamos chamando o Governo do Estado para participar das negociações, afinal é o gestor do sistema.
Até o momento ignoraram veementemente nossos pedidos, fazem "ouvido de mercador" e fazem de conta que não é com eles.
Então passou da hora da Governadora Raquel Lyra assumir sua responsabilidade com o transporte público.
Ela pode impedir uma Greve, por isso estamos aqui unidos para cobrar um posicionamento da governadora Raquel Lyra, posicionamento que precisa também ser tomado pelas prefeituras do Recife e Região Metropolitana e ALEPE.

Ônibus parados na Ponte Duarte Coelho, no Centro do RecifeÔnibus parados no Grande Recife. - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Entenda as propostas
Ao todo, a categoria já passou por quatro rodadas de negociação com a Urbana-PE. A última delas foi na quarta-feira (24), quando a empresa propôs, de acordo com os motoristas, 0,5% de aumento do salário acima da inflação. O pedido dos rodoviários, no entanto, foi de 5% de reajuste real.

A Urbana-PE propôs, ainda, um valor de R$ 400 para o vale-alimentação, além de um abono de R$ 180 para quem exerce a dupla função - também não aceitos pela categoria. Há, ainda, a instituição de um plano de saúde para os trabalhadores, que até hoje não contam com o benefício, assim como o controle das horas trabalhadas, que hoje é “totalmente lesivo ao trabalhador rodoviário e que não pode mais continuar da forma como é”.

“Uma coisa é certa, o que não falta à nossa categoria é coragem para lutar e dignidade, não queremos esmolas, queremos respeito e valorização. A realização ou não de um movimento paredista está mais uma vez nas mãos da URBANA-PE e da Governadora Raquel Lyra. Informamos à população que se não houver avanço nessas negociações, Recife vai parar”, afirmou o sindicato, por meio de nota.

Procurada pela reportagem da Folha de Pernambuco, a Urbana-PE afirmou que apresentou “propostas concretas, condizentes com a realidade do setor e com as limitações de custeio do sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife”.

Motoristas reclamam que não há diálogo com o sindicato
Motoristas que foram orbigados a paralizar as atividades nesta sexta-feira (26), na área central do Recife, reclamam que o presidente do sindicato, Aldo Lima, não tem repassado as propostas da Urbana-PE para os trabalhadores sindicalizados.

Carlos Antônio, motoristaCarlos Antônio, motorista.  Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco.

"Meu questionamento vai diretamente para Aldo Lima, presidente do sindicato dos rodoviários. Porque ele teve várias reuniões com a patronal e até agora ele não passou nada pra categoria. Eu, como sócio e rodoviário, tenho certeza que ele deveria convocar a categoria como sempre foi e dizer o que realmente está acontecendo. Não fazer uma paralisação dessa sem estamos cientes", relatou o motorista Carlos Antônio.

Ainda de acordo com o motorista, a classe não foi previamente comunicada da paralização que aconteceria nesta sexta (26). "Viemos para o centro e estava tudo parado, tivemos que parar. A gente não aguenta mais".

"No ano passado ele chamou para greve e a categoria apoiou. Nós levamos falta de dois dígitos, descontada no contracheque do trabalhador. Ele tem que parar e entenderr que não é ele quem manda, é a categoria e não é do jeito que ele quer", concluiu o trabalhador. 

Passageiros sofreram com a paralização
O aposentado Jaquelino Ramos estava voltando de uma consulta na Policlínica Lessa de Andrade, que fica na Madalena, Zona Norte do Recife, para a Campina do Barreto, onde mora, e no meio do percurso teve que descer.

Jaquelino Ramos, passageiro.Jaquelino Ramos, passageiro. Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

"Saí cedo de lá, umas 10h, e agora vou ter que aguardar eles retomarem às 13h30. Estão no direito deles né? Mas e a gente aqui? Nós que sofremos com isso.  Eu estou até agora esperando um ônibus e está tudo parado", contou o aposentado. 

Maria de Fátima, que também é aposentada e voltava de uma consulta no médico, mas da área central para a cidade de Igarassu, na Região Metropolitana, lamentou a situação e a forma como a paralização foi realizada.

Maria de Fátima, passageira.Maria de Fátima, passageira.  Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco.

"Eu acho errado parar desse jeito, fazer um protesto assim, sem avisar nada a ninguém. Eu peguei meu ônibus na integração do TI Pelópidas, para ir para Igarassu. Como ele enche muito, peguei ele mais vazio antes de fazer o retorno para Igarassu.Quando chegou no meio do caminho ele parou e mandou as pessoas descerem do ônibus", contou a aposentada. 

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