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Rússia anuncia bombardeios em larga escala nas linhas de frente na Ucrânia

Ataques russos acontecem depois de suas forças se virem obrigadas a recuar de várias zonas do nordeste da Ucrânia

Bandeira da RússiaBandeira da Rússia - Foto: Pixabay

A Rússia afirmou nesta terça-feira (13) estar realizando bombardeios "em larga escala" em todas as linhas de frente na Ucrânia e acusou as forças ucranianas de torturar e punir civis no território retomado, no âmbito da contra-ofensiva de Kiev.

Os ataques russos acontecem depois de suas forças se virem obrigadas a recuar de várias zonas do nordeste da Ucrânia, principalmente na região de Kharkiv, devido à contra-ofensiva lançada pelo exército ucraniano.

Estas mudanças territoriais representam uma das maiores derrotas para a Rússia desde que suas tropas tiveram que deixar os arredores de Kiev no início da guerra, embora Moscou indique que, por enquanto, não pretende negociar uma paz.

"As forças aéreas, balísticas e de artilharia russas estão realizando ataques em larga escala contra unidades das Forças Armadas ucranianas em todas as áreas operacionais", anunciou o ministério da Defesa russo nesta terça-feira.

Bombardeios de "alta precisão" também foram lançados contra posições ucranianas em torno de Sloviansk e Konstantinovka na região de Donetsk (leste), acrescentou.

O Kremlin também acusou o exército de Kiev de torturar civis que vivem nos territórios recentemente retomados.

"Muitas ações punitivas estão ocorrendo [...] Há pessoas torturadas e maltratadas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres, afirmando que a presidência russa tinha relatórios da região de Kharkiv.

As acusações da Rússia acontecem logo depois que as autoridades ucranianas afirmaram ter encontrado quatro corpos civis com "sinais de tortura" na aldeia recapturada de Zaliznichne.

A Rússia também denunciou nesta terça-feira o que considera uma "crescente parcialidade e politização" da ONU por críticas a Moscou de seu mais alto órgão de defesa dos direitos humanos, enquanto se cala sobre "violações" cometidas por países ocidentais.

Ponto de inflexão? -As forças ucranianas lançaram sua contra-ofensiva no início de setembro, aparentemente pegando o exército russo de surpresa.

De acordo com as autoridades ucranianas, seus soldados recuperaram importantes faixas do território e cidades como Izium, Kupiansk e Balakliya, no nordeste; e cerca de 500 quilômetros quadrados na região de Kherson, no sul.

As forças ucranianas na região de Kharkiv recapturaram mais de 300 assentamentos e áreas que abrigam cerca de 150 mil pessoas desde 6 de setembro, disse a vice-chanceler Ganna Maliar.

O presidente Volodimir Zelensky, que afirmou na segunda-feira que em setembro suas tropas haviam recapturado 6. mil km² que estavam sob controle russo, disse nesta terça-feira que a Ucrânia completou "medidas de estabilização" em mais de 4 mil km² de território retomado e trabalha para fazer o mesmo em outra área semelhante.

"Restos de ocupantes e grupos de sabotagem estão sendo descobertos, colaboradores estão sendo detidos, toda a segurança está sendo restaurada", garantiu Zelensky em seu discurso noturno.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, considerou que as forças ucranianas fizeram "progressos significativos", enquanto o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, anunciou que Washington fornecerá "nos próximos dias" mais uma parte da multimilionária ajuda dedicada ao fornecimento de armas para a Ucrânia.

"O que se pode ver é certamente uma mudança no ímpeto dos militares ucranianos", disse Kirby. Apesar disso, Zelensky deve ser o responsável por "determinar se, militarmente, eles chegaram a um ponto de inflexão".

Nova fase
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksi Reznikov, disse ao jornal francês Le Monde que a guerra entrou em uma nova fase graças às armas ocidentais.

O governo ucraniano tem insistido para que o Ocidente lhe forneça armas mais sofisticadas.

A Alemanha, por exemplo, mais uma vez foi alvo de críticas por não entregar os tanques Leopard solicitados para Kiev.

Apesar disso, o chanceler alemão, Olaf Scholz, exortou Putin, em um telefonema nesta terça-feira, a "chegar a uma solução diplomática o mais rápido possível, com base em um cessar-fogo, a retirada completa das forças russas e o respeito pela integridade territorial e soberania da Ucrânia."

Entretanto, longe do campo de batalha, os aliados da Ucrânia continuam sofrendo com a crise energética resultante do fechamento do suprimento de gás russo para a União Europeia (UE).

A República Tcheca, que detém a presidência rotativa da UE, convocou uma reunião extraordinária para 30 de setembro a fim de buscar medidas emergenciais destinadas a conter a escalada dos preços da energia.

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