Rússia anunciando ataque ao centro de comando; Ucrânia denuncia bombardeio contra civis
Comandante da administração militar de Donetsk, anunciou o balanço de sete mortos e 81 feridos, incluindo duas crianças, no ataque
O Exército Russo afirmou nesta terça-feira (8) que abasteceu um centro de comando militar em Pokrovsk, leste da Ucrânia, onde pelo menos sete pessoas morreram na segunda-feira em bombardeios contra edifícios civis, segundo Kiev.
A localidade, que tinha 60 mil habitantes antes da guerra, fica a 40 milhas da frente de batalha no leste da Ucrânia, na região de Donetsk, onde a Rússia afirma que está recuperando espaço.
"Um centro de comando avançado das tropas ucranianas foi atingido na área da cidade de Krasnoarmeisk (nome soviético para Pokrovsk)", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov.
A Ucrânia reagiu de imediato e acusou a Rússia de mentir sobre a operação.
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"É uma mentira completa", declarou Serguei Cherevaty, porta-voz do centro de comando para o leste da Ucrânia. "Se recordo bem, esta é a quarta vez que tentamos algo do tipo", acrescentou.
A cidade foi atingida por dois mísseis na segunda-feira (7) em um período de 40 minutos.
Pavlo Kirilenko, comandante da administração militar de Donetsk, anunciou o balanço de sete mortos e 81 feridos, incluindo duas crianças, no ataque.
Entre as vítimas fatais está um supervisor dos serviços de emergência de Donetsk, anunciou Klimenko.
Os dois mísseis atingiram edifícios residenciais, um hotel, restaurantes, lojas e prédios administrativos, segundo as autoridades locais.
Escombros
Os serviços de emergência ucranianos seguiram procurando sobreviventes nesta terça-feira (8) entre os escombros, depois da interrupção dos trabalhos durante a noite diante do risco de novos bombardeios.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, denunciou na segunda-feira que o ataque atingiu um edifício residencial de cinco andares. Ele divulgou um vídeo que mostra civis ajudando a feridos feridos.
As imagens também apreciaram um segundo edifício atingido no ataque.
Também no leste do país, Moscou anunciou um avanço de três milhas em três dias na direção de Kupiansk, cidade que fica 150 km ao norte de Pokrovsk e próxima da fronteira russa.
Kupiansk, na região próxima de Kharkiv, foram reconquistadas pelas tropas ucranianas em setembro do ano passado, mas as forças russas assumiram os ataques na área.
O Ministério da Defesa da Rússia também afirmou que suas tropas "melhoraram" as posições ao longo da linha de combate e continuam impedindo os ataques ucranianos.
No sábado, as forças russas atacaram um centro de transfusão de sangue em Kruglyakivka, perto de Kupiansk, com uma "bomba aérea guiada" que matou duas pessoas e deixou quatro feridos, segundo as autoridades ucranianas.
Duas pessoas pensaram na segunda-feira na mesma cidade em um ataque com "quatro bombas aéreas guiadas", disse Oleg Sinegubov, comandante da administração militar de Kharkiv.
No mês passado, a Ucrânia reconheceu que estava em "posição defensiva" na região de Kupiansk ante uma ofensiva da Rússia.
Kiev iniciou em junho uma contraofensiva muito aguardada, que, no entanto, registrou avanços modestos diante da resistência das forças russas.
Diplomacia
No campo diplomático, a Ucrânia afirmou que estava "satisfeita" com a reunião de cúpula realizada na Arábia Saudita durante o fim de semana para discutir uma solução de paz para o conflito.
A Rússia não foi convidada para a reunião em Jidá, que teve a presença de representantes de quase 40 países, incluindo China e Estados Unidos.
O embaixador russo em Washington, Anatoli Antonov, criticou o encontro que, na opinião dele, "não teve nenhum êxito diplomático". Ele destacou que é inútil discutir a crise na Ucrânia sem a participação de Moscou.