Guerra na Ucrânia

Rússia bloqueia Mediazona, um dos últimos meios independentes no país

Poder russo acaba de iniciar uma 'censura militar e quase não há mais meios independentes no país', informou site em comunicado

Protesto na Bulgária contra PutinProtesto na Bulgária contra Putin - Foto: Nikolay Doychinov/AFP

O site informativo Mediazona, uma das últimas vozes independentes na Rússia, disse, neste domingo (6), que foi bloqueado pelas autoridades devido à sua cobertura sobre a invasão da Ucrânia.

O órgão regulador das comunicações na Rússia, o Roskomnadzor, "começou a bloquear o Mediazona", afirmou o site em comunicado. A AFP constatou que o veículo figurava na lista oficial de páginas de internet bloqueadas na Rússia.

Esta medida foi tomada "porque cobrimos honestamente o que acontece na Ucrânia e chamamos uma invasão de invasão, e uma guerra de guerra", assinalou o Mediazona.

O poder russo acaba de iniciar uma "censura militar e quase não há mais meios independentes no país", acrescentou o veículo de informação.

As autoridades também bloquearam outros portais como Republic, Snob.ru - ambos dedicados à atualidade e às análises -, o meio investigativo Agentstvo, assim como dois jornais regionais, indicou a ONG de defesa dos direitos digitais Roskomsvoboda.

"Agradeço por seguirem conosco, a noite vai passar", escreveu o Republic em comunicado, no qual também detalhou que seus leitores ainda poderiam acessar seus conteúdos através de uma rede privada virtual (VPN).

Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, as autoridades russas apertaram ainda mais o cerco contra a imprensa e as redes sociais no país e adotaram na última semana uma lei que estabelece duras penas de prisão pela difusão de "informações falsas" sobre o exército.

Muitos especialistas estimam que nenhum meio de comunicação russo independente poderá sobreviver no país, nem sequer o renomado jornal Novaya Gazeta, cujo editor-chefe recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2021.

Mediazona é uma publicação online que cobre, entre outros, temas judiciais de ativistas políticos, manifestações da oposição e casos de abusos contra presos.

O veículo foi fundado em 2014 por integrantes do grupo militante Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina, depois que elas passaram um período presas por interpretar uma "oração punk" na principal igreja de Moscou em 2012.

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