Rússia concederá vantagens fiscais a militares em territórios ucranianos anexados
Medida aumenta os incentivos para quem for lutar na Ucrânia
Soldados e oficiais russos presentes em territórios ucranianos anexados não terão a obrigação de declarar sua renda ao tesouro, declarou o Kremlin nesta sexta-feira (30), o que multiplica os incentivos para quem for lutar na Ucrânia.
"Isso afetará aqueles que trabalham nos (quatro) territórios" anexados em setembro, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, a repórteres, se referindo às regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia, na Ucrânia, onde acontecem as principais batalhas.
O governo russo já havia publicado na noite de quinta-feira um decreto do presidente russo, Vladimir Putin, sobre "as especificidades" das regras da luta anticorrupção "para alguns cidadãos que participam da operação militar especial" na Ucrânia.
De acordo com este texto, os militares, policiais e membros dos serviços de segurança, além de outros funcionários, não terão "obrigação de prestar informações sobre seus rendimentos, despesas e bens".
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Poderão usufruir da medida tanto os que estão atualmente na Ucrânia, quanto os que estiveram presentes nos meses anteriores, após o início da ofensiva militar russa em 24 de fevereiro.
"Seus parceiros e filhos menores de idade" também se beneficiarão dessa vantagem fiscal.
A medida se soma aos inúmeros incentivos dados pelo governo russo aos seus cidadãos para que lutem na Ucrânia, como a promessa de bônus, facilidades bancárias e ajuda financeira significativa às famílias no caso de um soldado morrer ou ficar ferido em combate.
O Kremlin também anunciou que soldados e oficiais poderão receber "recompensas e doações" se forem "de caráter humanitário" e "forem recebidos em conexão com uma atividade ligada à operação militar" na Ucrânia.
Na Rússia, são comuns as condenações judiciais de soldados e dirigentes do complexo militar-industrial por casos de corrupção ou desvio de dinheiro público.