Rússia diz que só Ucrânia e Ocidente podem permitir exportações de grãos
Declaração foi feita pelo ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, durante uma visita ao Bahrein
O governo russo afirmou, nesta terça-feira (31), que apenas Kiev e o Ocidente podem agir para permitir as exportações de grãos da Ucrânia e da Rússia, bloqueadas desde sua ofensiva contra a Ucrânia.
"Os países ocidentais, que criaram uma tonelada de problemas artificiais fechando seus portos para navios russos, cortando cadeias logísticas e financeiras, devem pensar seriamente no que é mais importante", disse o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, durante uma visita ao Bahrein, referindo-se às sanções contra Moscou.
Ele também pediu novamente à Ucrânia, que luta contra um ataque russo há três meses, para limpar as minas em torno de seus portos para permitir que navios carregados de grãos passem pelo Mar Negro.
"Se a questão da retirada de minas for resolvida... as forças navais russas garantirão a passagem desimpedida desses navios para o Mar Mediterrâneo e depois para seus destinos", disse Lavrov.
Após sua visita ao Bahrein, Lavrov viajou para Riad, capital da Arábia Saudita, onde se encontrou com seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhan.
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Ele também conversou com o chefe da Organização de Cooperação Islâmica, disse sua porta-voz Maria Zakharova.
Lavrov deve se reunir na quarta-feira com ministros das Relações Exteriores do Conselho de Cooperação do Golfo, um grupo com sede em Riad que inclui membros-chave da aliança petrolífera Opep+, liderada pela Rússia e Arábia Saudita.
O conflito na Ucrânia alterou o equilíbrio alimentar mundial, levantando temores de uma crise que afetará particularmente os países mais pobres.
A Ucrânia, um dos principais exportadores de grãos, especialmente milho e trigo, viu sua produção bloqueada pelos combates.
Já a Rússia, outra potência produtora de cereais, não pode vender sua produção e seus fertilizantes devido às sanções ocidentais que afetam os setores financeiro e logístico. Ambos os países produzem um terço do trigo do mundo.