Rússia inicia censo em contexto de pandemia e crise demográfica
O presidente russo, Vladimir Putin, colocou a questão demográfica entre suas prioridades desde que chegou ao poder
A Rússia iniciou nesta sexta-feira (15) o terceiro censo desde a queda da União Soviética para conhecer sua situação demográfica, que atravessa uma crise agravada pela pandemia da Covid-19.
O presidente russo, Vladimir Putin, colocou a questão demográfica entre suas prioridades desde que chegou ao poder. Embora tenha tido um certo êxito na melhora das taxas de natalidade e de expectativa de vida, o país nunca saiu de uma crise que já dura décadas.
Este censo, que ocorre de 15 de outubro a 14 de novembro, é o terceiro na história pós-soviética da Rússia, depois dos de 2010 e 2002. Pela primeira vez, será feito em grande parte on-line, após ter sido adiado várias vezes pela pandemia.
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A população russa continua encolhendo, um processo que foi acelerado pela Covid-19, responsável por mais de 400 mil mortes desde o início de 2020, segundo a contagem da agência de estatísticas Rosstat.
Nesta sexta-feira, o país registrou um novo recorde de contágios e mortes em 24 horas, com 32.196 novos casos de covid e 999 vítimas fatais.
A realidade demográfica da Rússia é ainda mais sombria. O país perdeu perdeu 510 mil habitantes em 2020, e 595 mil, entre janeiro e agosto de 2021.
Os dados do Rosstat mostram uma mortalidade em forte alta, em consequência da pandemia, enquanto a taxa de natalidade se encontra estagnada.
Após um breve período de recuperação, a população russa vem diminuindo desde 2018, e a geração nascida nos primeiros anos pós-soviéticos, marcada por uma baixa taxa de natalidade, chega à idade de reprodução.
Pouco antes da pandemia, Putin anunciou um novo plano para aumentar a taxa de natalidade de 1,4 para 1,7 filho por mulher até 2024.
O plano multiplicava as vantagens financeiras para famílias com vários filhos e concedia gratuidade nas cantinas das escolas, entre outros pontos.