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GUERRA NA UCRÂNIA

Rússia lançou mais de 70 mísseis e 100 drones contra rede elétrica da Ucrânia no Natal

Alarmes de ataque aéreo soaram no território ucraniano às 5h30 (horário local); ao menos uma pessoa foi morta e seis ficaram feridas

Equipes de resgate trabalham para apagar incêndio em casa particular após ataque de drone em Kharkiv, Ucrânia Equipes de resgate trabalham para apagar incêndio em casa particular após ataque de drone em Kharkiv, Ucrânia  - Foto: SERGEY BOBOK / AFP

A Rússia disparou mais de 70 mísseis e mais de 100 drones explosivos contra o sistema de energia da Ucrânia nesta quarta-feira, disse o presidente Volodymyr Zelensky, denunciando um ataque “desumano” no dia de Natal por seu colega russo, Vladimir Putin.

Os alarmes de ataque aéreo soaram no território ucraniano às 5h30 (horário local). Pouco tempo depois, a Força Aérea informou que a Rússia havia lançado mísseis de cruzeiro kalibr do Mar Negro.

— Putin escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar. O que poderia ser mais desumano? Mais de 70 mísseis, incluindo mísseis balísticos, e mais de 100 drones de ataque. O alvo é nosso sistema de energia — disse Zelensky.

 

Pelo menos uma pessoa foi morta e seis ficaram feridas, segundo as autoridades. O chefe diplomático ucraniano Andrii Sibiga disse que um míssil russo “passou pelo espaço aéreo da Moldávia e da Romênia, o que é um lembrete de que a Rússia não ameaça apenas a Ucrânia”. A Romênia, no entanto, afirmou não ter detectado nenhum míssil em seu espaço aéreo.

O ataque russo é o décimo terceiro ataque em grande escala ao sistema de energia ucraniano este ano, o último da campanha de inverno da Rússia contra a rede.

Zelensky disse que “mais de 50 mísseis” e alguns dos drones foram abatidos, mas outros ataques causaram quedas de energia em várias regiões do país. De acordo com a empresa de energia ucraniana DTEK, o ataque danificou gravemente os equipamentos de suas usinas térmicas.

“Privar milhões de pessoas pacíficas que comemoram o Natal de luz e calor é um ato depravado e maligno que deve ser combatido”, disse o diretor geral da DTEK, Maxim Timchenko, na rede social X, que pediu aos aliados de Kiev mais recursos de defesa aérea.

As autoridades de Kharkiv, a segunda cidade do país no nordeste, perto da fronteira com a Rússia, relataram “pelo menos sete ataques a bomba” na cidade. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, anunciou o governador regional, Oleg Sinegubov, no Telegram.

O ataque também atingiu a região de Dnipro, no centro-leste. Seu governador, Sergii Lisak, disse que “uma pessoa foi morta”.

Cortes de energia
— A manhã de Natal prova mais uma vez que nada é sagrado para o país agressor — afirmou Svitlana Onishchuk, governador da região de Ivano-Frankivsk, que está parcialmente sem eletricidade.

Na região central de Poltava, as autoridades relataram danos à infraestrutura. A empresa nacional de eletricidade, Ukrenergo, anunciou posteriormente restrições de fornecimento.

“O inimigo está mais uma vez realizando um ataque maciço ao setor de energia”, escreveu o ministro da Energia da Ucrânia, German Galushchenko, no Telegram, acrescentando que as autoridades estão tomando "as medidas necessárias para limitar o consumo a fim de minimizar as consequências negativas para o sistema".

Esses ataques ocorrem no dia em que a Ucrânia comemora o Natal em 25 de dezembro pela segunda vez em sua história moderna, como nos países ocidentais, e não em 7 de janeiro, como no calendário juliano da Igreja Ortodoxa Russa. Essa mudança na data do Natal foi oficializada no verão de 2023 por uma lei promulgada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, depois que a recém-criada Igreja Ortodoxa da Ucrânia rompeu com a Igreja Ortodoxa da Rússia devido à anexação da Crimeia por Moscou em 2014 e ao seu apoio aos separatistas no leste do país.

A Ucrânia está enfrentando seu inverno mais rigoroso em quase três anos de guerra com a Rússia, que intensificou seus bombardeios à medida que suas tropas terrestres avançam no leste. Desde o início da guerra em fevereiro de 2022, a Rússia danificou gravemente a rede elétrica da Ucrânia com bombardeios que causam apagões frequentes.

No domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu ainda mais “destruição” à Ucrânia após um ataque de drones a prédios residenciais na cidade russa de Kazan, localizada a 1.000 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

Na manhã desta quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças abateram 59 drones ucranianos durante a noite. Os destroços dos drones derrubados danificaram uma linha de energia e causaram danos materiais leves a várias casas na região de Voronezh, segundo as autoridades locais.

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