Rússia nega envolvimento em ataque que deixou 40 mortos em Dnipro
Esse número pode piorar, já que o paradeiro de 34 pessoas é desconhecido
O saldo de um bombardeio russo contra um prédio residencial em Dnipro, no leste da Ucrânia, subiu para 40 mortos nesta segunda-feira (16), uma contagem que pode aumentar e representa um dos piores ataques desde o início da guerra.
A Rússia manteve sua política e o Kremlin negou a responsabilidade pelo ataque e culpou parcialmente os ucranianos. O porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, falou de uma "tragédia", apontando para a possibilidade de um míssil de defesa aérea ucraniano ter caído sobre o prédio.
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Na segunda-feira, quase 48 horas após o ataque, 40 corpos foram recuperados, segundo os serviços de socorro. Esse número pode piorar, já que o paradeiro de 34 pessoas é desconhecido. Enquanto isso, há 75 feridos.
As operações de resgate continuam tentando encontrar sobreviventes na montanha de escombros ainda fumegante.
Segundo o governador, no início das operações de resgate "39 pessoas foram salvas" das ruínas.
A Suécia, que detém a presidência rotativa da UE, afirmou nesta segunda-feira que o ataque constituiu um "crime de guerra".
Promessas de tanques
Na tarde de domingo, Roman Juravksy procurava desesperadamente por sua mãe, que morava neste complexo residencial.
"Minha mãe ainda não foi encontrada. Mas a probabilidade, considerando que cinco andares desabaram sobre ela...", ele começa a dizer, antes de parar e ficar em silêncio.
O Kremlin demorou dois dias para reagir e seu porta-voz manteve a estratégia de seu país de negar que suas tropas tenham sido responsáveis por tal bombardeio.
"As forças armadas russas não bombardeiam prédios residenciais, nem infraestruturas civis. Elas bombardeiam alvos militares", disse Peskov, apesar do fato de que vários bombardeios atingiram alvos civis desde o início da invasão em 24 de fevereiro.
No domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, não comentou o assunto, mas disse que a operação na Ucrânia tem uma "dinâmica positiva", poucos dias depois de Moscou assumir a responsabilidade pela tomada de uma pequena cidade no leste.
O ataque ao prédio residencial em Dnipro faz parte de uma campanha de bombardeios regulares e massivos que Moscou começou em outubro contra a infraestrutura de energia da Ucrânia, com o objetivo de deixar a população no escuro e sem calefação no auge do inverno.
Enquanto isso, os ocidentais multiplicaram suas promessas de ajuda militar à Ucrânia, projetando o envio de blindados e tanques, rompendo com a relutância inicial em enviar material pesado.
No sábado, o Reino Unido prometeu fornecer "nas próximas semanas" 14 tanques Challenger 2 para a Ucrânia, tornando-se o primeiro país a enviar esse tipo de equipamento pesado.
Diante das promessas do Reino Unido e da Polônia, o porta-voz do Kremlin garantiu que esses veículos blindados serão queimados.
"Os tanques estão queimando e vão queimar", disse Peskov.
Moscou reivindicou uma vitória na semana passada, alegando que havia tomado a cidade de Soledar, ao norte de Bakhmut. A Ucrânia nega ter abandonado a cidade, afirmando que os combates ainda estão em andamento.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, planeja viajar para a Ucrânia nesta segunda-feira.
Em um tuíte antes do início de sua viagem, ele enfatizou que sua organização aumentará sua presença no país "para ajudar a prevenir um acidente nuclear durante o conflito em andamento".