RÚSSIA

Rússia oferece vagas para escavar trincheiras com salários de até R$ 22 mil

Iniciativa foi divulgada quase dez dias após o início da ofensiva ucraniana em Kursk

Imagem de satélite de 12 de agosto de 2024 mostra trincheira construída no sudoeste da Rússia Imagem de satélite de 12 de agosto de 2024 mostra trincheira construída no sudoeste da Rússia  - Foto: Handout/ Maxar Technologies / AFP

Quase dez dias após o início da ofensiva ucraniana na Rússia, portais de emprego russos estão anunciando vagas para cavar trincheiras em Kursk, publicou a CNN nesta quarta-feira.

As ofertas indicam que há interesse por "trabalhadores gerais" capazes de cavar fortificações na região, com salários variando entre 150.000 e 371.000 rublos (R$ 9,1 mil e R$ 22,7 mil).

A invasão transfronteiriça começou na madrugada do dia 6 de agosto — e, nesta quinta-feira, o Exército ucraniano disse ter estabelecido uma administração militar na região "para manter a lei e a ordem e atender às necessidades prioritárias da população nos territórios controlados".

Nos dias seguintes à incursão, surgiram relatos de russos cavando trincheiras perto da Usina Nuclear de Kursk em preparo contra o avanço ucraniano.

 

De acordo com o jornal Kyiv Independent, analistas do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) também relataram nesta segunda-feira que a Rússia estava trabalhando para reforçar suas fortificações na fronteira, mas que não havia dedicado pessoal suficiente para a tarefa. O ISW escreveu que "fortificações escassamente guarnecidas e equipadas se mostraram insuficientes para impedir os ganhos ucranianos".

Ao todo, a Ucrânia disse ter tomado o controle de 82 localidades e 1.150 km² da região, além de ter capturado dezenas de soldados inimigos e forçado a saída de mais de 132 mil civis. A Rússia, por sua vez, afirmou ter repelido tentativas das forças de Kiev de avançar mais profundamente na região em cinco áreas. A contraofensiva ocorreu após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarar que seu Exército seguiria atuando no local.

As autoridades russas tentam desenhar uma resposta eficaz à invasão ucraniana, que mantém tropas na região de Kursk há mais de uma semana. Nesta quarta-feira, a região russa de Belgorod decretou estado de emergência devido aos intensos bombardeios das forças ucranianas, que prosseguem com a ofensiva de Kursk. Ao anunciar a determinação, o governador Viacheslav Gladkov classificou a situação como "extremamente difícil e tensa".

"Casas foram destruídas, civis morreram e ficaram feridos", escreveu Gladkov em uma publicação no Telegram. "Para garantir mais proteção à população e prestar apoio adicional às vítimas, o estado de emergência será instaurado em nível regional a partir de quarta-feira."

Analistas dizem que um dos objetivos da ofensiva ucraniana é afastar as forças russas das linhas de frente na Ucrânia e aliviar as tropas que lutam para repelir os ataques em seu próprio território. Mas é muito cedo para dizer se os últimos movimentos de tropas russas permitirão que isso aconteça.

Em particular, há poucos sinais de que Moscou tenha realocado tropas do leste da Ucrânia, onde a Rússia tem avançado constantemente nos últimos meses. Em vez disso, o Exército Russo parece ter enviado reforços retirados principalmente de unidades menos prontas para o combate, do norte da Rússia e Ucrânia. (Com AFP)

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