RÚSSIA

Rússia oferecerá residência temporária para pessoas que queiram escapar do Ocidente

Decreto assinado por Vladimir Putin exime alguns estrangeiros de teste de idioma e de conhecimento histórico; lista de países afetados será divulgada em breve

O presidente da Rússia, Vladimir PutinO presidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Alexander Nemenov / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto ordenando a concessão facilitada e acelerada de vistos de residência permanente na Rússia para pessoas que queiram escapar de "valores liberais" do Ocidente, e que queiram compartilhar dos "valores tradicionais" do país.

Pelo texto, aqueles que queiram se mudar para a Rússia como parte deste programa terão que apresentar uma declaração na qual rejeitam políticas adotadas em seus países de origem que " visem impor ideais neoliberais destrutivos às pessoas, que vão contra os valores espirituais e morais tradicionais russos".

Esse conjunto de valores está descrito em extensos documentos oficiais, e abrangem desde o casamento — descrito sempre como entre um homem e uma mulher — até a educação patriótica e a exaltação de símbolos nacionais.

Nos últimos anos, o governo aprovou uma série de pautas de viés conservador, como as leis contra a população LGBT+, e tem incentivado sua promoção no cenário externo, com o apoio de lideranças aliadas, como o premiê húngaro, Viktor Orbán.

Hoje, a pessoa que queira se mudar temporariamente para a Rússia precisa apresentar uma série de documentos, incluindo exames médicos, certificado de antecedentes criminais e declarações de que fala o idioma russo e que tem conhecimentos sobre a História e o sistema legal — pelo novo decreto, os pedidos feitos dentro da nova regra ficam isentos da comprovação dos conhecimentos específicos. A emissão dos vistos aos que buscam os "valores tradicionais russos" começa em setembro.

A proposta de ampliar a concessão de vistos de residência a quem compartilha da visão de mundo promovida por Putin foi apresentada ao presidente por uma estudante italiana, Irene Cecchini, em fevereiro, durante um evento em Moscou.

Ainda segundo o decreto, a Chancelaria russa apresentará, em breve, uma lista com os países "hostis" ao ideário conservador defendido pelo Kremlin.

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