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Pandemia

Rússia pode começar a produzir vacina em setembro

Governo russo diz que testes iniciais mostraram resultado positivo

Produção de vacina contra a Covid-19Produção de vacina contra a Covid-19 - Foto: Douglas Magno/AFP

A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (13), que está em processo avançado na produção de uma vacina contra o novo coronavírus, tendo concluído parte dos testes clínicos necessários para comprovar a eficácia da imunização. A vacina está sendo desenvolvida por iniciativa do governo nacional. A chefe do Centro de Pesquisas Clínicas da Universidade Sechenov, Yelena Smolyarchuk, disse à agência de notícias estatal Tass que a conclusão da pesquisa é de que a vacina é segura. 

A vacina foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, e os testes clínicos começaram em junho. A previsão, de acordo com o diretor da instituição, Alexander Gintsburg, é que a mesma entre em "circulação civil" na segunda quinzena de agosto.

Essa distribuição equivale à fase 3 dos protocolos de teste, que verifica a eficácia da imunização em um grupo maior de voluntários. As pessoas que forem imunizadas ficarão um período de tempo em observação. Inicialmente, a Universidade Sechenov agrupou 38 voluntários remunerados para o estudo, com idades entre 18 e 65 anos. Parte deles deverá receber alta nesta quarta-feira (15), quando completarão 28 dias em isolamento, com a intenção de protegê-los de outras infecções. 

O Ministério da Defesa da Rússia diz que todos os voluntários envolvidos na primeira fase de testes tiveram resposta imunológica com a vacina. São necessárias, entretanto, mais duas rodadas de testes, uma já prevista para 28 de julho e a outra com expectativa para meados de agosto. O exército russo compõe outro grupo de testes clínicos da vacina, que também começou em junho e tem previsão de dois meses de duração.

A expectativa do Ministério da Saúde russo é finalizar esse processo até setembro. Alexander Gintsburg prevê também para setembro o início da produção em massa da vacina por laboratórios privados. Não foram publicados, contudo, estudos ou artigos científicos sobre o atual status da pesquisa. 

No mundo, há 19 vacinas experimentais para combater o novo coronavírus sendo testadas em humanos. Apenas duas delas estão na fase 3, que são os testes finais. Uma é da chinesa Sinopharm e a outra é da AstraZeneca e da Universidade de Oxford. Essa segunda tem parte do teste clínico realizado no Brasil e o governo brasileiro, inclusive, encaminhou acordo para receber doses quando a vacina estiver em processo de produção. A chinesa Sinovac Biotech está em trâmites finais para iniciar a fase 3, o que deve acontecer até o final deste mês, também com parte dos estudos no Brasil, que é hoje um dos países mais afetados do mundo pela Covid-19. 

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