Rússia proibirá venda de petróleo a países que aplicarem teto de preço
O decreto, que ficará em vigor até 1º de julho, esclarece que a proibição pode não ser aplicada a casos individuais por força de "decisões especiais" da presidência.
A Rússia proibirá, a partir de 1º de fevereiro de 2023, a venda de seu petróleo aos países que aplicarem o teto sobre os preços da commodity russa, estabelecido em US$ 60 o barril por União Europeia, G7 e Austrália no começo de dezembro.
"O abastecimento de petróleo e de produtos petroleiros russos a entidades jurídicas estrangeiras e outros particulares está proibido" se estas implementarem o teto de preços, conforme decreto sancionado pelo presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira (27).
O decreto, que ficará em vigor até 1º de julho, esclarece que a proibição pode não ser aplicada a casos individuais por força de "decisões especiais" da presidência.
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O limite de US$ 60 por barril foi estabelecido para restringir a receita da Rússia, garantindo que Moscou continue a fornecer gás ao mercado global.
Implementado ao mesmo tempo que um embargo da UE às entregas marítimas de petróleo bruto russo, o limite está fixado de forma que Moscou não possa contornar o embargo vendendo seu petróleo a terceiros países a um preço mais alto.
A Rússia afirmou que o limite de preço não afetará sua campanha militar na Ucrânia e se mostrou confiante em encontrar novos compradores.
A decisão de Putin não teve muito efeito nos preços do petróleo, que há três semanas estão perto do seu nível mais alto.
O barril do Brent para entrega em fevereiro subiu 0,48%, para US$ 84,33, e o West Texas Intermediate (WTI) também para fevereiro caiu 0,03%, para US$ 79,53.
"Essa decisão não é uma surpresa para o mercado", disse à AFP Matt Smith, analista do mercado de commodities da Kpler. Além disso, segundo ele, a aplicação dessa proibição terá um impacto limitado, porque "os grandes compradores do petróleo russo, como Índia ou China, não aplicam o teto" e pagam mais de US$ 60. "Isso irá estreitar um pouco a oferta, mas não tanto."
A Rússia é o segundo maior exportador mundial de petróleo e, em 2021, ainda era o segundo maior fornecedor dos países da União Europeia. No entanto, os líderes europeus afirmam que 90% das importações de petróleo russo serão interrompidas este ano em protesto contra a invasão à Ucrânia.