Sanções

Rússia propõe encampar fábricas de multinacionais que interromperam operações no país

Nesta terça-feira, McDonald's, Unilever e L'Oreal aderiram ao boicote. Após sugestão, Paulig disse que planos de saída da Rússia não mudaram

Kremlin de Moscou, sede do governo russoKremlin de Moscou, sede do governo russo - Foto: Pixabay

Após o boicote de empresas estrangeiras à Rússia, um membro importante do partido no poder no país propôs que essas fábricas, que encerraram suas operações devido ao ataque à Ucrânia fossem encampadas, ou seja, empossadas pelo governo russo.

Nesta terça-feira (8), o McDonald’s anunciou que está suspendendo suas operações na Rússia, após mais de 30 anos de operação. Também hoje, a gigante de cosméticos L'Oreal anunciou que fechará temporariamente suas unidades, próprias ou dentro de lojas de departamentos, assim como seus sites para comércio no país.

Outra grande empresa europeia de alimentos a parar as importações e exportações nesta terça foi a Unilever, que continuará a fornecer seus produtos essenciais de alimentação e higiene cotidianos feitos na Rússia para as pessoas no país, mas abrirá mão do lucro.

Em comunicado publicado na noite de segunda-feira no site do partido Rússia Unida, o secretário do conselho geral do partido do governo, Andrei Turchak, disse que fechar operações foi uma "guerra" contra os cidadãos russos.

A declaração mencionava as empresas finlandesas de alimentos Fazer, Valio e Paulig como as últimas a anunciar fechamentos na Rússia.

"O Rússia Unida propõe a nacionalização das plantas de produção das empresas que anunciam sua saída e a interrupção da produção na Rússia durante a operação especial na Ucrânia", disse Turchak.

"Esta é uma medida extrema, mas não iremos tolerar ser apunhalados pelas costas e protegeremos nossa população. Esta é uma guerra real, não contra a Rússia como um todo, mas contra nossos cidadãos", disse ele, acrescentando que tomará “duras medidas de retaliação”.

O executivo-chefe da Paulig disse à Reuters em um e-mail que isso não mudaria seus planos de se retirar da Rússia. As empresas Fazer e Valio não quiseram comentar quando contatadas pela agência Reuters.

A Fazer, que fabrica chocolate, pão e doces, tem três unidades em São Petersburgo e uma em Moscou, empregando cerca de 2.300 pessoas.

A Valio tem uma fábrica de queijos e emprega 400 pessoas na Rússia, e a Paulig tem uma torrefação de café que emprega 200 pessoas no país.

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