Rússia quer conectar usina de Zaporizhzhia à Crimeia, diz operador ucraniano
Forças russas que ocupam a usina estariam preparando sua conexão com a península da Crimeia, segundo operador ucraniano
As forças russas que ocupam a usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia estão preparando sua conexão com a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, e danificando as instalações ao fazê-lo, alertou nesta terça-feira (9) o operador ucraniano Energoatom.
Os militares russos presentes na central nuclear de Zaporizhzhia lançam o programa Rosatom (o operador russo, ndlr) para conectar a central à rede elétrica da Crimeia, disse o presidente da Energoatom, Petro Kotin, à televisão ucraniana.
"Para fazer isso, primeiro é preciso danificar as linhas elétricas da usina conectadas ao sistema de energia ucraniano. De 7 a 9 de agosto, os russos já estragaram três linhas de energia. Nesse momento, a central funciona com uma única linha de produção, o que é um modo de trabalho extremamente perigoso", acrescentou.
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"Quando for desconectada a última linha de produção, a usina será alimentada por geradores movidos a diesel. Tudo então dependerá de sua confiabilidade e reservas de combustível", explicou Kotin.
Localizada perto da cidade de Energodar, às margens do rio Dnieper e não muito longe da península da Crimeia, a maior usina da Europa possui seis dos 15 reatores ucranianos, capazes de fornecer energia a quatro milhões de residências.
Em 4 de março, dias após o início da invasão da Ucrânia, as instalações caíram sob o controle das tropas russas.
Moscou e Kiev se acusaram desde sexta-feira de bombardear a central, mas a informação não pôde ser confirmada de forma independente. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, evocou o fantasma da catástrofe de Chernobyl.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) descreveu no sábado como "cada vez mais alarmantes" as informações sobre Zaporizhzhia.