Mundo

Rússia reivindica apoio da China na disputa com Ocidente

Putin e Xi Jinping se reunirão por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno 2022

Presidente da Rússia, Vladimir PutinPresidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Sergei Karpukhin / Pool / AFP

A Rússia reivindicou, nesta quarta-feira (2), o apoio da China às suas exigências em matéria de segurança frente ao Ocidente, antes de um encontro dos presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping na abertura dos Jogos Olímpicos.

O presidente russo se reunirá com seu homólogo chinês por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno 2022, nesta sexta-feira (4), em Pequim. Segundo Moscou, os dois líderes pretendem destacar sua convergência diplomática, já que foram-se aproximando à medida que suas relações com os Estados Unidos se deterioram.

"Foi preparada uma declaração comum sobre a entrada das relações internacionais em uma nova era", disse Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do presidente russo.

"Nela, encontraremos a visão comum de Rússia e China (...) principalmente em questões de segurança", acrescentou.

Ushakov garantiu que a China apoia as demandas de Moscou "em matéria de segurança" - uma lista de exigências dirigida aos Estados Unidos e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para aliviar as tensiones sobre a Ucrânia, rejeitada pelos ocidentais.

No final de janeiro, a China pediu, inclusive, que as demandas russas fossem "levadas a sério" e que se encontre uma "solução" para as preocupações de Moscou sobre sua segurança.

Putin espera uma 'solução'
Lideranças ocidentais acusam a Rússia de planejar uma invasão de seu vizinho pró-Ocidente, a Ucrânia, para cujas fronteiras deslocou cerca de 100.000 soldados há semanas.

A Rússia nega que tenha essa intenção, alegando que busca apenas garantir sua segurança. Moscou afirma que uma desescalada desta crise será possível apenas se isso significar o fim da política de ampliação da OTAN e, do mesmo modo, a retirada de suas capacidades militares da Europa Oriental. 

Olhando-se em retrospecto, em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, a Rússia entrou em guerra com a Geórgia, outra ex-república soviética pró-Ocidente.

Os Estados Unidos e seus aliados rejeitaram as exigências russas, mas Washington propôs trabalhar em medidas de confiança em matéria militar e de segurança.

Na terça-feira (1º), o presidente russo acusou o Ocidente de ignorar as preocupações de Moscou em termos de segurança, e os Estados Unidos, de usarem a Ucrânia para levar a Rússia ao conflito. Ainda assim, Putin também disse esperar "uma solução". 

Na sequência destas declarações, os líderes dos países-membros da OTAN continuavam hoje os esforços diplomáticos na crise da Ucrânia. 

O Ocidente alega que a Rússia ameaça a segurança da Europa, sobretudo, porque já anexou parte do território da Ucrânia, a Crimeia, em 2014 e, desde então, tem apoiado forças separatistas pró-russas armadas.

Por esse motivo, Washington defende que uma desescalada exige o retorno aos quartéis das unidades russas acampadas às portas da Ucrânia.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversou ontem, por telefone, com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. Segundo este último, Washington concordou em continuar o diálogo.

O jornal espanhol El País publicou detalhes da resposta dos EUA às demandas russas - que não foram desmentidos.

Nela, Washington propõe que os russos prometam não mobilizar meios militares ofensivos na Ucrânia, que Moscou inspecione certas infraestruturas militares alvo de sua preocupação e que ambos os países cheguem a um acordo sobre medidas de controle de armas. 

Moscou ainda prepara uma resposta formal para os Estados Unidos.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter