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Rússia reivindica avanços em sua nova ofensiva na Ucrânia, que evacua quase 2.000 pessoas

Segundo o governador regional, Oleg Sinegubov, "1.775 pessoas foram evacuadas"

Presidente da Rússia, Vladimir PutinPresidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Mikhail Metzel/POOL/AFP

Centenas de pessoas foram retiradas da região de Kharkiv, perto da fronteira com a Rússia, um dia após Moscou lançar uma nova ofensiva terrestre nesta área ucraniana que lhe permitiu ocupar momentaneamente diversas localidades.

Segundo o governador regional, Oleg Sinegubov, "1.775 pessoas foram evacuadas", escreveu ele nas redes sociais, acrescentando que a Rússia atacou com artilharia e morteiros cerca de 30 localidades da região nas últimas 24 horas.

O Ministério da Defesa russo afirmou que nesta nova ofensiva, suas tropas tomaram cinco cidades ucranianas na região de Kharkiv (Borisivka, Ogirtseve, Pletenivka, Pylna e Strilecha), perto da fronteira russa, e uma sexta cidade mais a sul, Keramik, na região de Donetsk.

Diversos moradores foram vistos em caminhões e carros com o máximo de malas que puderam carregar, em um ponto de chegada para pessoas retiradas da cidade de Kharkiv. Estes habitantes, muitos deles idosos, se registraram e receberam alimentação e assistência médica em tendas.

As forças do Kremlin fizeram pequenos avanços nesta área fronteiriça ucraniana, que invadiram em 2022 e da qual foram posteriormente expulsas no mesmo ano.

Estes são os últimos avanços de Moscou contra as tropas de Kiev, com menor número em homens e poder de fogo.

Recuperar "a iniciativa"
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou na sexta-feira que uma nova ofensiva terrestre russa na região de Kharkiv desencadeou um "batalha feroz".

"Temos que interromper as operações ofensivas russas e que a Ucrânia recupere a iniciativa", escreveu ele neste sábado.

Kharkiv está essencialmente sob controle de Kiev desde setembro de 2022.

Uma fonte militar ucraniana declarou na sexta que as forças russas haviam avançado um quilômetro e que estavam tentando criar "uma zona de segurança" na região de Kharkiv e na vizinha Sumy para impedir ataques contra o território russo que faz fronteira com a Ucrânia.

Nos últimos meses, as forças de Kiev multiplicaram os ataques contra infraestruturas energéticas em território russo e em áreas do país ocupadas por Moscou. Uma das regiões russas mais atacadas foi Belgorod, na fronteira com Kharkiv.

Neste sábado, autoridades da região de Luhansk, no leste da Ucrânia e ocupada por Moscou, relataram quatro mortos em um ataque ucraniano a um armazém de petróleo na cidade de Rovenky.

O governador Leonid Pasechnik declarou que o incidente "incendiou o armazém de combustível e danificou as casas vizinhas".

No mesmo dia, um bombardeio atingiu um restaurante em Donestk, cidade no leste da Ucrânia controlada pela Rússia, e deixou três mortos.

"Como resultado de um bombardeio direto ao restaurante Paradise, no bairro de Kirov, em Donetsk, três civis morreram", informou Denis Pushilin, a autoridade nomeada pela Rússia na região, no Telegram, acrescentando que oito pessoas estão feridas.

As autoridades ucranianas reportaram outros seis civis mortos em bombardeios russos contra Donetsk, Kharkiv e Kherson nas últimas 24 horas.

Na Rússia, duas pessoas morreram em ataques ucranianos nas regiões de Belgorod e Kursk.

Avanços "táticos"
O Exército de Kiev disse ter mobilizado mais tropas, e Zelensky afirmou que suas forças estavam utilizando artilharia e drones para impedir o avanço russo em Kharkiv.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede nos EUA, estimou na sexta-feira que a Rússia fez avanços táticos "significativos".

Considerou ainda que o principal objetivo de Moscou é "diminuir pessoal e material ucraniano de outros pontos críticos da frente oriental ucraniana", e não tanto desencadear uma "ofensiva de grande escala para cercar e tomar Kharkiv", a segunda maior cidade do país.

Washington anunciou um novo pacote de ajuda militar de 400 milhões de dólares (R$ 2 bilhões na cotação atual) para Kiev horas após o início da nova operação russa, afirmando estar confiante na capacidade do Exército ucraniano de repelir qualquer ofensiva de Moscou.

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