Rússia será capaz de produzir drones iranianos em seu território até 2024, afirma Casa Branca
Guerra na Ucrânia impulsionou as negociações entre Moscou e Teerã
A Rússia "recebe material do Irã para construir uma fábrica de drones" em seu território que "poderá estar totalmente operacional no início do próximo ano", alertou um porta-voz da Casa Branca, John Kirby, nesta sexta-feira (9).
"A parceria militar entre a Rússia e o Irã parece estar se aprofundando", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em comunicado, citando informações da Inteligência.
Leia também
• Envios da Rússia e México aliviam a economia de combustível em Cuba
• Rússia enviará armas nucleares táticas para a Bielorrússia a partir de julho, diz Putin
• "Tudo parece indicar" que a Rússia destruiu a barragem de Kakhovka, diz chefe da diplomacia da UE
O governo americano divulgou uma imagem de satélite da localização planejada da usina, na Zona Econômica Especial de Alabuga, cerca de 900 quilômetros ao leste de Moscou.
A Casa Branca publicará uma nota nesta sexta-feira para informar empresas e governos para que possam "aplicar medidas para garantir que não estejam contribuindo inadvertidamente para o programa (de drones) do Irã".
Washington estima que a Rússia recebeu centenas de drones de ataque iranianos em maio e a acusa de tê-los usado recentemente para "atacar Kiev e aterrorizar a população ucraniana", disse Kirby.
"Continuaremos impondo sanções aos atores envolvidos na transferência de equipamento militar iraniano à Rússia para uso na Ucrânia", disse Kirby.
Os Estados Unidos criticam há muito tempo a parceria militar entre Moscou e Teerã, que "é uma via de mão dupla", lembrou o porta-voz.
Kirby disse que o Irã está buscando "bilhões de dólares em equipamentos militares russos".
O Irã considera "infundadas" as acusações dos Estados Unidos de que fornece armas à Rússia e garante que não está participando da guerra.
A guerra na Ucrânia impulsionou as negociações entre Moscou e Teerã, que tentam romper seu isolamento crescente.
Os dois países anunciaram recentemente a construção de uma conexão ferroviária com o objetivo de contornar as rotas marítimas tradicionais e as sanções internacionais.