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Rússia

Rússia veta resolução da ONU sobre avaliações ao Mali

Essas avaliações foram pedidas pelo governo do Mali eleito democraticamente, que uma junta militar deseja suprimir

Presidente da Rússia, Vladimir PutinPresidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Mikhail KLIMENTYEV / POOL / AFP

A Rússia, aliada das autoridades militares do Mali, vetou, nesta quarta-feira (30), uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para prorrogar as avaliações contra cidadãos que ameaçam a paz naquele país africano, cujo fim era pedido pela junta militar.

A resolução, que prevê a prorrogação por um ano das avaliações impostas em 2017 contra pessoas que colocam em perigo o acordo de paz de 2015, assim como o comitê de especialistas encarregados de supervisãoá-las, obteve 13 votos a favor, uma abstenção (China ) e um voto contra (Rússia).

A Rússia, que havia apresentado uma resolução paralelamente, estava de acordo em prorrogar as avaliações mais uma vez, mas queria dissolver a comissão de especialistas, já que, tal como o Mali, considerava o mesmo enviado. A sua resolução foi rejeitada por um voto a favor, um contra e 13 abstenções.

O último relatório do comitê de especialistas, divulgado na semana passada, concentrou-se, particularmente, na violência contra as mulheres perpetrada de forma "sistemática e organizada" pelas Forças Armadas do Mali e por seus "parceiros de segurança estrangeiros", submetidos aos mercenários do grupo russo Wagner.

As previsões - congelamento de ações e orientação de viagens -, vigentes desde 2017, afetaram oito pessoas, principalmente responsáveis dos grupos que supervisionaram o acordo de paz de 2015, acusados de colocarem o mesmo em risco. Essas avaliações foram pedidas pelo governo do Mali eleito democraticamente, que uma junta militar deseja suprimir.

“A razão que sustentou o pedido do Mali para estabelecer esse mecanismo já não existe”, afirmou o ministro malinês das Relações Exteriores, Abdoulaye Diop, em carta dirigida ao Conselho de Segurança. Mas, em seu último relatório, o comitê de especialistas garante que a aplicação do acordo de paz de 2015 está paralisada.

Além do "aumento da tensão" entre os grupos que apoiaram o acordo, observa-se o rearmamento de alguns deles diante das ameaças das Forças Armadas do Mali, o que se tornou uma preocupação crescente, diante da retirada da missão de manutenção da paz da paz ONU no Mali a pedido do próprio país.

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