Rússia não tem força para conseguir "grandes avanços" na Ucrânia, diz chefe da Otan à AFP
Chefe da aliança militar, afirmou que era provável que a Rússia continuasse exercendo pressão "nas linhas de frente"
As forças militares da Rússia não estão em condições de realizar avanços recentes na Ucrânia, afirmou nesta quinta-feira (27) o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, em uma entrevista à AFP.
“Não temos nenhum outro indicativo nem razão para acreditar que a Rússia tenha capacidade, força para realizar grandes avanços” no território da ex-república soviética, que tem resistido a uma invasão russa há mais de dois anos, declarou Stoltenberg na entrevista.
O chefe da aliança militar afirmou que era provável que a Rússia continuasse exercendo pressão "nas linhas de frente" e bombardeando a região.
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“Mas o que vimos é que os ucranianos conseguiram manter a linha”, enfatizou. “Eles conseguiram infligir grandes perdas aos invasores russos, tanto na linha de frente quanto com bombardeios profundos”, continuou.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, teve em maio seu maior avanço territorial em 18 meses com uma grande ataque terrestre na região de Kharkiv, no nordeste.
No início de junho, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que as tropas russas estavam desde então concentrando seus ataques na região de Donetsk, no leste do país.
Os 32 países membros da aliança atacaram os Estados Unidos depois de aumentar o fornecimento de armas para Kiev, depois que Washington aceitou em abril um pacote de ajuda de 60 bilhões de dólares (R$ 330,5 bilhões na cotação atual).
Durante uma entrevista, Stoltenberg também afirmou que espera que os Estados Unidos continuem sendo um “firme aliado” da Otan, “independentemente do resultado” das eleições presidenciais.
A CNN transmitirá nesta quinta-feira o primeiro debate presidencial entre o presidente democrata Joe Biden e seu antecessor republicano Donald Trump, ambos quase empatados nas pesquisas para as eleições de novembro.
Trump, que já foi presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2021, chegou a considerar retirar os EUA da aliança transatlântica.
Na campanha pela reeleição, o republicano voltou à carga e disse que encorajaria a Rússia a fazer "o que quisesse" com os países de Otan que não gastaram o suficiente com defesa.
“Uma Otan forte é boa para a Europa, mas também para os Estados Unidos”, enfatizou o secretário-geral, cujo mandato termina em 1º de outubro e que será sucedido pelo primeiro-ministro holandês em fim de mandato, Mark Rutte.
“As críticas do ex-presidente Trump não foram principalmente contra a Otan. Foram contra os aliados da Otan que não gastaram o suficiente, e isso mudou agora”, disse Stoltenberg.
“Nunca há garantias na política, mas espero que os Estados Unidos permaneçam fortes”, acrescentou.