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Diplomacia

Saiba quais foram os principais temas discutidos por Xi e Biden

A reunião teve quase quatro horas de duração

Os presidentes dos Estados unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping se reuniram por videoconferência nesta terça-feira (16)Os presidentes dos Estados unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping se reuniram por videoconferência nesta terça-feira (16) - Foto: Mandel Ngan/AFP

Uma cúpula de quase quatro horas, mas com poucos avanços. Joe Biden e Xi Jinping se encontraram por videoconferência nesta terça-feira (16) e discutiram algumas das questões que envenenam as relações entre Washington e Pequim.

A seguir, os principais pontos abordados:

Taiwan

Pequim reivindica a soberania sobre a ilha de 23 milhões de habitantes, embora não a controle. Por sua vez, Washington apoia militarmente Taiwan.

Nas últimas semanas, a China intensificou as incursões aéreas em um perímetro ao redor do território e ameaçou recorrer à força se a independência da ilha for oficialmente proclamada.

Os Estados Unidos "se opõem firmemente" a qualquer tentativa unilateral "de mudar o status quo ou minar a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan", advertiu seu presidente Joe Biden - uma frase que pode ser dirigida igualmente aos líderes taiwaneses.

Trabalhar pela independência de Taiwan é "brincar com fogo", respondeu Xi Jinping. "Se os separatistas taiwaneses nos provocarem, nos forçarem ou mesmo cruzarem a linha vermelha, então teremos que agir", alertou.

China e Estados Unidos continuam "profundamente opostos" sobre a questão de Taiwan, observa Shi Yinhong, do Centro de Estudos Americanos da Universidade do Povo de Pequim. Mas a cúpula "lembrou ambas as partes da necessidade de evitar um conflito armado", estima.

"Salvaguardas"

Apesar das inúmeras diferenças, "China e Estados Unidos devem melhorar sua comunicação e cooperação", defendeu o presidente chinês.

Joe Biden já havia enfatizado a importância de "salvaguardas" entre Pequim e Washington para evitar um "conflito", "intencional" ou não.

Xi Jinping disse esperar que os Estados Unidos não embarquem em uma "nova guerra fria".

Apesar do relativo apaziguamento entre as duas potências desde a chegada de Biden à Casa Branca, "as tensões não diminuíram significativamente" em comparação com a era Trump, observa Shi.

Mas a noção de "competição", importante para o presidente dos Estados Unidos, evita o "conflito aberto".

Direitos humanos

De acordo com a Casa Branca, Biden expressou "preocupação com as práticas (chinesas) em Xinjiang, Tibete e Hong Kong, e com os direitos humanos em geral". 

Pequim não menciona explicitamente esses pontos em seu relatório. "Com base no respeito mútuo, estamos dispostos a dialogar sobre questões de direitos humanos", disse Xi Jinping.

Mas, acrescentou, "rejeitamos que os direitos humanos sirvam de pretexto para interferir nos assuntos internos de outro país". 

Várias organizações de direitos humanos acusam Pequim de ter internado pelo menos um milhão de muçulmanos uigures em "campos de reeducação" em Xinjiang (noroeste), o que a China rejeita.

Além disso, foram anunciados apelos para um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim (4 a 20 de fevereiro de 2022). 

Esse assunto não foi mencionado por Biden ou Xi, conforme seus respectivos relatórios.

Chegada

Desde sua chegada à presidência, Biden não modificou a guerra comercial iniciada em 2018 por Donald Trump, e os Estados Unidos continuam a impor tarifas punitivas a muitos produtos chineses.

Grandes grupos norte-americanos pediram a Washington que negociasse com Pequim o levantamento dessas sobretaxas que aumentam seus custos de produção.

Biden "foi claro sobre a necessidade de proteger os trabalhadores americanos contra negócios e práticas econômicas injustas" da China, de acordo com a Casa Branca.

Washington há muito reclama das restrições ao mercado chinês para empresas estrangeiras e dos subsídios concedidos por Pequim a suas empresas públicas.

Xi Jinping disse estar disposto a facilitar a chegada de empresários americanos, apesar das restrições relacionadas à pandemia. Mas nenhuma trégua na guerra comercial está à vista e nenhum contrato foi anunciado. 

Segundo declarações oficiais, não se falou no levantamento das restrições ao intercâmbio de estudantes, pesquisadores ou jornalistas, nem na reabertura dos dois consulados fechados no ano passado nos dois países.

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