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Bilionários

Saiba quais são as 10 famílias mais ricas do mundo em 2024

Os Waltons estão de volta ao topo depois que a alta nas ações do Walmart elevou sua riqueza para US$ 432,4 bilhões

DólaresDólares - Foto: Pixabay

Nada no modesto prédio de tijolos na NW 2nd Street sugere a vasta riqueza que passa por ele. A propriedade, situada no centro de Bentonville, Arkansas, é a sede da Walton Enterprises — guardiã da maior fortuna familiar do mundo.

É por meio deste escritório de investimentos privado que os descendentes de Sam Walton, o fundador da rede de varejo Walmart, se mantêm unidos enquanto sua riqueza se acumula ao longo das gerações.

Mas como essa fortuna se acumulou? Hoje, 62 anos após a inauguração do primeiro Walmart, os Waltons estão mais ricos do que nunca. Sua fortuna combinada disparou para um recorde de US$ 432,4 bilhões, colocando-os novamente no topo do ranking anual da Bloomberg das famílias mais ricas do mundo.

Você não precisa ser bilionário para compreender uma regra de ouro dos ricos: grandes riquezas geram ainda mais riquezas.

Os Waltons, presença constante no ranking da Bloomberg, continuam a enriquecer por uma razão simples: ações da Walmart. No dia 10 deste mês, o valor das ações havia subido 80% neste ano. O aumento elevou a riqueza combinada da dinastia em US$ 172,7 bilhões em 12 meses — isso equivale a US$ 473,2 milhões por dia, ou US$ 328.577 por minuto — superando as fortunas da família real dos Emirados Árabes, que havia liderado a lista da Bloomberg em 2023.

Sam Walton lançou as bases para isso. Ele dividiu estrategicamente sua fortuna entre seus filhos para manter o controle familiar e garantir que a riqueza continuasse crescendo.

Desde sua morte em 1992, seus herdeiros seguiram um princípio que tem se mostrado altamente lucrativo para os Waltons e muitas outras famílias da lista: manter-se unidos. A Walton Enterprises tem sido o elo que une a família, supervisionando a maior parte da participação combinada e cada vez mais valiosa na Walmart.

Esse princípio serve de lição para as muitas pessoas que estão prestes a herdar trilhões nas próximas décadas. Famílias que permanecem unidas na posse de grandes ativos se beneficiam do aumento composto e do controle aprimorado. As famílias por trás da marca de luxo Hermès e da farmacêutica Roche estão entre aquelas que firmaram pactos para garantir a coesão.

Assim como os Waltons, a maioria das 25 famílias na lista da Bloomberg ficou mais rica este ano graças a mercados robustos. Coletivamente, elas ganharam US$ 406,5 bilhões. Muitos são nomes familiares: os Johnsons (fundos mútuos e contas de aposentadoria), os Thomsons (mídia), Mars e Ferrero (doces).

Um novo integrante na lista são os Ofers, cuja fortuna teve origem em uma empresa israelense de transporte marítimo. Hoje, o império deles abrange várias indústrias em todo o mundo, com ativos controlados separadamente pelos irmãos de segunda geração Eyal e Idan.

Outro estreante são os Chearavanont, uma dinastia tailandesa cujo conglomerado, CP Group, administra fazendas de peixes, lojas 7-Eleven e fabrica ração animal, entre outras atividades.

Dinheiro pode separar famílias. Mas também pode ajudar a manter a paz. Ao longo dos anos, os Waltons venderam ações do Walmart em ações constantes para diversificar o portfólio familiar e dar aos membros da família a liberdade de buscar outros interesses. Hoje, a rede varejista representa cerca de 70% da fortuna da família.

Os descendentes de Sam Walton não têm mais papéis diretos no Walmart. Seu filho Rob, de 80 anos, deixou o conselho este ano, em um movimento anunciado pelo genro de Rob, Greg Penner, presidente do conselho do Walmart. E o dinheiro da família começou a ser direcionado para áreas bem distantes do varejo de descontos.

Rob Walton, sua filha Carrie e seu marido Penner, pagaram um então recorde de US$ 4,65 bilhões pelo time da NFL Denver Broncos em 2022 e, no papel, já lucraram. Alice, filha de Sam, de 75 anos, financiou um museu de arte de alto nível que gradualmente transformou Bentonville em um destino cultural.

E Lukas Walton, neto de Sam, de 38 anos, canalizou parte de sua riqueza para a Builders Vision, uma plataforma multifacetada que abrange investimentos, filantropia e advocacia, com o objetivo de combater algumas das crises climáticas mais urgentes do planeta.

— Quando você capacita indivíduos a perseguirem e apoiarem seus próprios interesses, o retorno do investimento não é apenas financeiro. Também lhes dá um senso de pertencimento na preservação da riqueza — disse Nicole Clabaugh, vice-presidente de operações de clientes da Aquilance, que fornece ferramentas de gestão financeira para ultra-ricos.

Conheça as famílias mais ricas do mundo

1 - Os Waltons

Empresa: Walmart

Fortuna: US$ 432,4 bilhões

Setor: Varejo de consumo

País: Estados Unidos

Número de gerações: 3

O Walmart é o maior varejista do mundo em receita — US$ 648,1 bilhões no ano fiscal mais recente, provenientes de mais de 10.600 lojas em todo o mundo. A família Walton possui cerca de 46% da empresa, com sede em Bentonville, Arkansas, participação que é a base da maior fortuna familiar do mundo.

Você sabia?

Rob Walton se aposentou do conselho do Walmart este ano, após 46 anos.

Linha do tempo:

1950: Sam e Helen Walton se mudam para Bentonville, Arkansas, onde Sam abre uma loja de variedades ("five-and-dime store").

1991: O Walmart abre sua primeira loja fora dos EUA: um Sam’s Club na Cidade do México.

2015: Greg Penner sucede seu sogro Rob Walton como presidente do Conselho.

2 - Os Al Nahyan


Empresa: Não divulgada

Fortuna: US$ 323,9 bilhões

Setor: Indústria

País: Emirados Árabes Unidos

Número de gerações: 3

Um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi é a capital do país e onde se encontra a maior parte das suas reservas de petróleo. A família governante Al Nahyan administra a região que hoje constitui os Emirados Árabes Unidos há décadas, mesmo antes de o petróleo transformar a economia e as finanças da realeza.

O governante de Abu Dhabi, xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan, também é o presidente do país. Outros membros da família ocupam cargos no governo e no setor privado, refletindo uma sobreposição comum entre interesses estatais e pessoais. O conselheiro de segurança nacional, xeque Tahnoon, administra ativos — tanto pessoais quanto fundos soberanos — avaliados em quase US$ 1,5 trilhão.

Você sabia?

Empresas ligadas ao xeque Tahnoon bin Zayed Al Nahyan representam pelo menos dois terços da composição do índice de referência da bolsa de valores de Abu Dhabi.

Linha do tempo:

1971: Os Emirados Árabes Unidos são formados, com o xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan, o "pai da nação", como presidente.

2009: Abu Dhabi concede a Dubai um resgate de US$ 10 bilhões para evitar a inadimplência durante a crise financeira.

2022: O xeque Mohammed bin Zayed, formado na academia militar de Sandhurst, torna-se o terceiro presidente dos Emirados Árabes Unidos.

3 - Os Al Thani


Empresa: Não divulgada

Fortuna: US$ 172,9 bilhões

Setor: Indústria

País: Catar

Número de gerações: 8

A administração da família Al Thani sobre o Catar começou em meados do século XIX e perdurou durante o imperialismo otomano e britânico, a fundação do estado moderno, guerras e dois golpes de estado. O petróleo foi descoberto por volta de 1940, mas foi a decisão de explorar seus enormes campos de gás offshore que realmente transformou o país e levou seus governantes aos mais altos escalões da riqueza global.

Membros da família ocupam diversos cargos políticos e dominam a economia local, possuindo negócios que vão desde hotéis até seguradoras e empreiteiras. Eles também possuem valiosos ativos no exterior, como casas no bairro Mayfair em Londres, haras e a grife de moda Valentino.

O número de membros da família Al Thani é de milhares, embora o poder esteja concentrado em alguns ramos principais. Em certos momentos, eles chegaram a representar quase metade da pequena população cidadã do Catar, segundo pesquisa de Harvard.

Você sabia?

O primeiro-ministro do Catar vendeu uma mansão no bairro Mayfair, em Londres, para outro membro da realeza catariana em 2023 por US$ 49 milhões.

Linha do tempo:

1868: Mohammed bin Thani assina um acordo com a Grã-Bretanha reconhecendo-o como soberano do Catar, lançando as bases para gerações de hegemonia da família Al Thani.

1878: Jassim bin Mohammed Al Thani sucede seu pai como governante.

1935: Abdullah bin Jassim assina uma concessão de petróleo com a Anglo-Persian Oil Company.

1961: O Catar torna-se membro da OPEP. O país deixa o grupo em 2019.

1971: O Catar declara sua independência e torna-se um estado soberano.

1995: O governante Sheikh Khalifa é deposto por seu filho Hamad e exila-se na Europa.

2008: Entidades estatais e pertencentes à família real do Catar investem um total de US$ 5,2 bilhões no Barclays durante a crise financeira.

2017: Vizinhos do Golfo impõem um bloqueio econômico ao Catar, que dura três anos e meio.

4 - Os Hermès


Empresa: Hermès

Fortuna: US$ 170,6 bilhões

Setor: Artigos de luxo

País: França

Número de gerações: 6

A família de sexta geração, composta por mais de 100 membros, é proprietária da empresa francesa de moda de luxo famosa por suas bolsas Kelly, que podem ser vendidas por centenas de milhares de dólares em leilões. Entre os membros da família que ocupam posições de destaque na empresa estão Pierre-Alexis Dumas, o diretor artístico, e Axel Dumas, o presidente executivo.

Você sabia?

A família reuniu oito escritórios familiares e veículos de investimento de vários ramos em uma única entidade, a Krefeld Invest, em 2022.

Linha do tempo:

1837: Thierry Hermès começa a fabricar arreios para cavalos destinados a nobres.

1880: O negócio se muda para o número 24 da Faubourg Saint-Honoré, em Paris.

1902: Os netos Émile e Adolphe Hermès tornam-se copresidentes da empresa.

1937: Robert Dumas, genro de Émile, cria o primeiro lenço de seda Hermès.

1984: Jean-Louis Dumas, filho de Robert, cria a bolsa Birkin, inspirada na atriz Jane Birkin.

2014: A família firma um pacto com Bernard Arnault, encerrando a tentativa de aquisição de longa data do chefe da LVMH.

5 - Os Koch


Empresa: Koch

Fortuna: US$ 148,5 bilhões

Setor: Indústria, Petróleo

País: Estados Unidos

Número de gerações: 3

Os irmãos Frederick, Charles, David e William herdaram a empresa de petróleo do pai, Fred. Uma disputa fraterna pelo controle da companhia no início dos anos 1980 levou Frederick e William a deixarem o negócio da família, enquanto Charles e David permaneceram.

A empresa cresceu e se tornou a Koch, um conglomerado com sede em Wichita, Kansas, com uma receita anual de cerca de US$ 125 bilhões. A família administra parte de sua riqueza por meio do escritório familiar 1888 Management.

Você sabia?

O super PAC Americans for Prosperity Action, apoiado pela Koch, respaldou Nikki Haley para a presidência e também focou em eleições de cargos legislativos nas eleições de 2024.

Linha do Tempo

1940: Fred Koch co-funda a Wood River Oil & Refining Co.

1983: Bill e Fred Koch, junto com alguns primos, vendem suas ações da Koch de volta para a empresa por US$ 1,1 bilhão.

2024: Membros da família Koch compram uma participação de 15% no proprietário do Brooklyn Nets, com uma avaliação de US$ 6 bilhões.

6 - Os Al Saud


Empresa: Não divulgada

Fortuna: US$ 140 bilhões

Setor: Indústria; petróleo

País: Arábia Saudita

Número de gerações: 3

A monarquia de 92 anos que dá nome à Arábia Saudita pode atribuir às enormes reservas de petróleo do país o início de sua fortuna coletiva. Essa estimativa de patrimônio líquido baseia-se nos pagamentos acumulados que membros da família real receberam ao longo dos últimos 50 anos do Royal Diwan, o gabinete executivo do rei. A riqueza total controlada por seus estimados 15.000 membros estendidos provavelmente é muito maior.

Muitos membros da realeza acumularam fortuna intermediando contratos governamentais, transações de terras e fundando empresas que prestam serviços para companhias estatais, como a Saudi Aramco. O fundo soberano do reino, o PIF, possui ativos no valor de US$ 925 bilhões. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman controla pessoalmente ativos avaliados em mais de US$ 1 bilhão.

Você sabia?

O dinheiro da família real saudita financiou a compra de US$ 450 milhões da pintura Salvator Mundi, de Leonardo Da Vinci, em 2017.

Linha do tempo:

1902: Ibn Saud, fundador da Arábia Saudita moderna, recupera sua terra ancestral, Riad, iniciando três décadas de conquistas territoriais.

1986: O rei Fahd adota o título de "Guardião das Duas Mesquitas Sagradas" para enfatizar o compromisso da monarquia com o Islã.

2017: O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman prende membros da realeza e empresários no Ritz-Carlton de Riad, em uma repressão contra suposta corrupção.

7 - Os Mars

Empresa: Mars

Fortuna: US$ 133,8 bilhões

Setor: Confeitaria; cuidados com os pets

País: Estados Unidos

Número de gerações: 5

Frank Mars começou a vender balas de melaço em 1902, aos 19 anos. O negócio que ele fundou é mais conhecido pelos M&M’s e pelas barras Milky Way e Snickers, embora os produtos de cuidados com animais de estimação agora representem mais da metade da receita da empresa. A aquisição da fabricante de lanches Kellanova pela Mars, no valor de US$ 35,9 bilhões, deve ser concluída no próximo ano.

Você sabia?

Ethel V. Mars criou Gallahadion, vencedor do Kentucky Derby de 1940, na Milky Way Farm da família, localizada no Tennessee.

Linha do tempo

1883: Frank Mars nasce. Ele contrai poliomielite quando menino e não consegue caminhar até a escola.

1950: Os primeiros "Ms" são impressos nos chocolates M&M's.

1969: Forrest E. Mars Sr. se aposenta.

1998: A Mars entra no mercado de orgânicos com a compra da linha de produtos Seeds of Change.

2024: A Mars concorda em comprar a Kellanova, fabricante de Cheez-Its e Pringles, por US$ 36 bilhões, incluindo dívidas.

8 - Os Ambani


Empresa: Reliance Industries

Fortuna: US$ 99,6 bilhões

Setor: Indústria

País: Índia

Número de gerações: 3

Dhirubhai Ambani, pai de Mukesh e Anil, começou a construir o precursor da Reliance Industries na década de 1950. Quando Dhirubhai faleceu em 2002 sem deixar um testamento, sua viúva intermediou um acordo entre os filhos sobre o controle da fortuna da família. Mukesh agora está no comando do conglomerado com sede em Mumbai, que possui o maior complexo de refino de petróleo do mundo. Ele vive em uma mansão de 27 andares, considerada a residência privada mais cara do mundo.

Você sabia?

Em agosto, Mukesh afirmou que a Reliance está prestes a mais que dobrar de tamanho antes do final da década.

Linha do tempo

1957: Dhirubhai Ambani retorna à Índia vindo do Iêmen e inicia um negócio de comércio de fios em um pequeno escritório em Mumbai.

1991: A Reliance inaugura uma fábrica petroquímica em Gujarat, que se torna um dos maiores produtores de poliéster do mundo.

2019: Anil evita prisão depois que Mukesh intervém para quitar um pagamento em atraso. Anil emite uma declaração dizendo estar "profundamente grato."

9 - Os Wertheimer


Empresa: Chanel

Fortuna: US$ 88 bilhões

Setor: Artigos de Luxo; moda

País: França

Número de gerações: 3

Os irmãos Alain e Gerard Wertheimer estão colhendo os frutos do financiamento de seu avô à designer Coco Chanel na Paris da década de 1920. A família deles é dona da casa de moda de propriedade privada, que apresentou ao mundo o “pretinho básico” e obteve uma receita de quase US$ 20 bilhões em 2023. Os Wertheimers também possuem cavalos de corrida e vinhedos. O meio-irmão deles, Charles Heilbronn, dirige o escritório familiar Mousse Partners.

Você sabia?

A mãe de Alain e Gerard, Eliane Heilbronn, era uma advogada renomada que redigiu o contrato de trabalho de Karl Lagerfeld para a Chanel. Ela faleceu em novembro, aos 99 anos.

Linha do tempo:

1924: O empresário Pierre Wertheimer negocia um contrato de perfumes com a fashionista Gabrielle “Coco” Chanel.

1987: Karl Lagerfeld concebe e fotografa sua primeira campanha publicitária para a Chanel.

2024: A família recebe um dividendo de 5,7 bilhões de dólares referente a 2023, o maior pagamento desde que a empresa começou a publicar seus resultados.

10 - Os Thomson

Empresa: Thomson Reuters

Fortuna: US$ 87,1 bilhões

Setor: Mídia

País: Canadá

Número de gerações: 3

A riqueza da família mais rica do Canadá teve origem no início da década de 1930, quando Roy Thomson abriu uma estação de rádio em Ontário. Ele expandiu seus negócios para jornais, tornando-se o maior proprietário de mídia do país e, eventualmente, o 1º Barão Thomson de Fleet.

A família detém cerca de 70% das ações da provedora de dados e serviços financeiros Thomson Reuters por meio da firma de investimentos Woodbridge. A empresa, sediada em Toronto, teve uma receita de US$ 6,8 bilhões no ano passado.

Você sabia?

Peter Thomson, membro da terceira geração da família, possui uma equipe de rally e já venceu vários títulos como piloto.

Linha do tempo:

1934: Roy Thomson compra seu primeiro jornal, o Timmins Press.

1976: Kenneth, filho de Roy, torna-se presidente dos interesses empresariais da família após a morte de Roy.

2008: A Thomson adquire a agência de notícias Reuters por 17,2 bilhões de dólares.

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