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Educação

Saiba quais são os cinco principais retrocessos na educação do país

Queda de recursos, pauta ideológica e denúncias de tráfico de influência tumultuam gestão do MEC que já teve cinco ministros na gestão Bolsonaro

Sede do Ministério da Educação, em Brasília Sede do Ministério da Educação, em Brasília  - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Política educacional sem rumo: Durante sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro já nomeou cinco ministros da Educação: Ricardo Vélez, Abraham Weintraub, Carlos Decotelli, Milton Ribeiro e recentemente Victor Godoy Veiga. Para especialistas, a falta de continuidade na gestão da área prejudica a condução de programas importantes.

Queda nos recursos: Levantamento do GLOBO mostrou que o país tem gastado menos em educação, da creche à universidade. Somente na educação básica a queda na aplicação de recursos foi de 13%, sobretudo em investimentos. Enquanto o ensino fundamental e médio tiveram R$ 6,9 bilhões em 2020, este ano devem ficar com R$ 6 bilhões. Um antigo programa voltado para a educação de jovens e adultos com atrasos ou sem acesso ao ensino, o EJA, sofreu o maior corte: 94%, com verba despencando de R$ 76 milhões em 2018 para apenas R$ 4 milhões este ano.
 

ENEM: Uma das principais portas de entrada para universidades do país, principalmente públicas, tem atravessado uma série de crises. Além de acusações de tentativas de interferência política feitas contra o governo federal por servidores do Inep, que organizam as provas, a pandemia também teve impacto sobre a participação dos estudantes. Uma situação que foi agravada pelo MEC que proibiu alunos isentos da taxa de inscrição em 2020, e que não compareceram, de obter nova gratuidade em 2021, o que contribuiu para a queda no número de inscritos. Muitos alegaram não ter comparecido por conta da quarentena. Em 2019, o Enem teve 6,3 milhões de candidatos, em 2020, 6,1 milhões, em 2021, 4 milhões e, em 2022, 3,1 milhões.

Tráfico de influência: Este ano, denúncias de que haveria um gabinete paralelo no MEC derrubou o ministro Milton Ribeiro. O ministério estaria sendo frequentado por pastores evangélicos que intermediariam a liberação de recursos para prefeituras de aliados políticos. Ribeiro, que também é evangélico, chegou a ter bíblias produzidas com recursos públicas com fotos suas. Os principais acusados de fazerem lobby eram os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles negaram as acusações. Para reduzir o desgaste político provocado pelo caso, o presidente Jair Bolsonaro, mesmo a contragosto, afastou o ministro. Bolsonaro chegou a afirmar que "botava a cara no fogo" por Ribeiro.

Batalha ideológica: O MEC está dividido pela imposição da pauta bolsonarista, que envolve a criação de escolas cívico-militares, cujo orçamento foi triplicado como mostrou reportagem do GLOBO, e a ampliação da educação a distância. O pontapé desse projeto conservador foi dado por Ricardo Vélez, primeiro ministro do MEC da atual gestão, que foi indicado por Olavo de Carvalho, o ideólogo de Bolsonaro que morreu em janeiro deste ano. Até mesmo o conteúdo das provas de acesso às universidades virou um cavalo de batalha. Servidores do Inep, que organizam o Enem, denunciaram terem sofrido pressões internas para substituir nas provas o termo "golpe" por "revolução" de 1964.

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