Rio de Janeiro

Saiba quem é Monique Medeiros, acusada pela morte do filho, Henry Borel

Professora volta à cadeia após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes

Monique Medeiros, acusada pelo assassinato do filho Henry BorelMonique Medeiros, acusada pelo assassinato do filho Henry Borel - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Nesta quinta-feira (6), a história de Monique Medeiros da Costa e Silva ganha mais um capítulo. Ela é mãe do menino Henry Borel, morto em março de 2021, caso que a levou para a cadeia junto ao então namorado, o médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho. Presa preventivamente durante as investigações, Monique cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica desde o fim de abril do ano passado. Hoje, ela volta para a prisão numa decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Ela é ré por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha. Jairinho responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha.

Monique foi levada por policial da 16ª DP (Barra da Tijuca), nesta manhã, da casa da mãe em Bangu, Zona Oeste do Rio, bairro onde viveu a maior parte da vida, antes do primeiro casamento, com o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry e responsável pelo recurso pedindo a volta da ex à prisão.

Ela nasceu e cresceu no apartamento dos pais — uma professora e um funcionário civil da Aeronáutica — e na casa da avó materna, em Bangu. Os estudos na infância e na adolescência foram em colégios particulares da região. O início do curso de Letras (Português/Literatura) foi na UFRJ, após ser aprovada no vestibular, onde ficou por dois anos e meio.

Foi num jantar de aniversário de uma amiga que Monique conheceu Leniel, numa pizzaria da Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. Eles trocaram telefones, começaram a namorar e logo passaram a morar juntos, na cobertura dele, na Estrada do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Nessa época, ela passou a cursar uma faculdade particular em um shopping, com mensalidade paga por Lionel. Na instituição, ela concluiu a graduação.

Em 2011, Monique foi aprovada em um concurso público da Secretaria municipal de Educação e passou a dar aulas para turmas de Ensino Infantil da Escola Ariena Vianna da Silva, em Senador Camará, onde, sete anos depois, ascendeu à diretora. Nessa ocasião, Henry, fruto da união com Leniel, tinha 2 anos. E o casamento, abalado pelo trabalho do engenheiro em uma multinacional, em que chegava a ficar três semanas embarcado, já dava sinais de desgaste.

Algum tempo depois, Leniel foi demitido, a situação financeira do casal apertou e Monique voltou para Bangu. No terreno de 360 metros quadrados da avó já falecida, herdado pela mãe, eles derrubaram uma árvore e construíram um espaço para viverem com Henry. O local, que tem um quintal grande com piscina e churrasqueira, era o preferido do menino. Além de jogar futebol, ele gostava de brincar com a cachorrinha da família, Olívia.

Com a recolocação profissional de Leniel, os três acabaram retornando ao Recreio, onde estavam no início da pandemia do coronavírus. O trabalho remoto permitiu a união da família, mas, segundo o engenheiro, o relacionamento não resistiu: “Acabou que passei a fazer 18, 20 reuniões por dia. Quase não nos falávamos, e eu só conseguia brincar com o Henry à noite, já cansado. Isso acabou por nos afastar ainda mais. A partir daquele momento, nossa relação desandou de vez e ela pediu a separação logo depois”, contou, em entrevista ao Globo.

Em meados do ano passado, Monique pediu o divórcio e, mais uma vez, foi com Henry para Bangu. Em depoimento prestado na 16ª DP (Barra da Tijuca), ela contou ter conhecido o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade) durante um almoço profissional no Village Mall, em agosto. Um mês depois, eles começaram a namorar e, em novembro, decidiriam morar com o menino num apartamento alugado no condomínio Majestic, no Cidade Jardim. Foi nessa época que a professora foi cedida ao Tribunal de Contas do Município e viu seu salário saltar de R$ 4 mil para R$ 16.500.

Henry então foi matriculado na pré-escola do Colégio Marista São José, a quatro minutos do imóvel, passou a fazer outras atividades e, em fevereiro, a frequentar o consultório de uma psicóloga. Na delegacia, a profissional disse ter sido procurada por Monique diante da recusa do filho em ficar com ela na Barra. Ao pai, o menino chegou a reclamar de “abraços fortes” dados pelo padrasto.

No primeiro fim de semana de março, Leniel buscou o filho, o levou na casa da avó materna e brincou com ele em um parque de diversões. Às 19h20 do dia 7, devolveu a criança a Monique. Ela disse ter dado um banho em Henry e o colocado para dormir. Menos de nove horas depois, teria encontrado o menino com mãos e pés gelados e olhos revirados caído no chão de seu quarto. As médicas do Hospital Barra D’Or que atenderam o menino garantiram à polícia que ele, levado pela professora e seu namorado, já chegou morto à unidade de saúde.

Atualmente, Jairinho e Monique aguardam pelo júri popular. O ex-vereador nunca teve atendido os pedidos para responder em liberdade, e segue preso preventivamente na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8.

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